Nunes disse que a Constituição deixa claro que a perda do mandato no caso de crime de responsabilidade está associada à perda dos direitos políticos e afirmou que é possível ocupar função pública sem ocupar cargo público. ;Além de invocar a letra da Constituição, quero invocar o artigo que trata da perda do mandato com a inabilitação;, pediu. Sereno, o senador Capiberibe fez um apelo ;em nome da conciliação; e do reencontro. ;O sectarismo só nos divide mais;, afirmou ao destacar que a política tem que ser uma ;atividade conciliadora;. ;Não tivemos a capacidade de construir uma alternativa mais consensual. Fomos para o confronto. Mas não podemos esquecer o amanhã. Não basta derrotar? Tem que esmagar?;, disse.
Num tom dramático, Jorge Viana (PT-AC) fez uma analogia com a morte de Tiradentes e afirmou que a votação em duas fases está prevista na Lei do Impeachment (1.079). ;Não estamos em Ouro Preto enforcando ninguém e para ter certeza, esquartejando;, disse. Viana disse que Dilma não poderá sequer dar aula em universidades se perder os direitos políticos. ;Excessos todos cometemos aqui, mas todos nós, ainda mais num processo delicado como este, vamos ter que seguir convivendo com os outros;, disse.
O líder tucano Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que ;por trás; da possível manutenção dos direitos políticos há ;mais um acordo entre Dilma e [o ex-presidente da Câmara Eduardo] Cunha porque o resultado dessa cassação terá repercussão na votação de Cunha [que vai definir o futuro de seu mandato em sessão agendada para o próximo dia 12]. O que estaremos fazendo é permitir que a presidente Dilma perca seu cargo e amanhã inicie uma campanha Brasil afora;, disse.
Cunha Lima antecedeu o presidente de seu partido, Aécio Neves (MG), que emocionado declarou: ;Venceu a democracia, venceu a Constituição, venceu o Brasil;, comemorando o resultado. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu a palavra e antecipou o voto contrário à inabilitação da petista.