"A partir de ocorrências pessoais, forças conjugadas forjam uma crise política, uma instabilidade econômica que não existia. Me condenaram politicamente em meio a tramas e ardis de uma aliança de vários vértices. Hoje a situação é completamente diversa", afirmou Collor em discurso na sessão de julgamento final do impeachment de Dilma no Senado.
Para o ex-presidente da República, além de ter infringido as normas fiscais, o "governo afastado (de Dilma) transformou sua gestão em uma tragédia anunciada". "Um desfecho típico de um governo que faz da cegueira econômica seu calvário", disse.
Citando juristas e escritores e sem mencionar Dilma, o senador alagoano afirmou que o impeachment de um presidente da República é uma medida constitucional de "urgência" para quando um governo, além de cometer crime de responsabilidade, perde a condição de governar. "Disso não haveremos de fugir", afirmou.
Collor citou parecer de 1992 da então advogada e hoje ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia que falava que o impedimento de uma pessoa que exerce cargo público não objetiva a condição política desse agente, mas a "condição política do governo".
O parlamentar encerrou sua fala lendo dois pareceres divulgados na época de seu impeachment. Um deles foi da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), instituição responsável por elaborar o pedido de impedimento do senador alagoano.
"O País não vive qualquer clima de golpe, até porque não suporta mais essa prática. O povo brasileiro deseja decência e firmeza", afirmou, mencionando nota da OAB. "Como disse, senhor presidente, faço hoje minha essas palavras", concluiu.