A calmaria nas ruas que marcou os primeiros dias de julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff deverá ser quebrada nesta segunda-feira (29/8), por grupos pró e contra impeachment: estão marcados ao longo do dia protestos das duas frentes. A expectativa, no entanto, é de que as manifestações sejam bem mais acanhadas do que as que ocorreram em etapas anteriores do processo.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal estima que a Esplanada dos Ministérios reúna, no máximo, 60 mil pessoas a partir desta segunda, menos do que foi registrado em 17 de abril, quando a Câmara autorizou a abertura do processo do impeachment. Naquele dia, havia cerca de 90 mil pessoas. Cansaço, falta de patrocínio e um desfecho de votação praticamente concretizado são as justificativas dadas por grupos contra e pró-impeachment para a baixa participação popular durante os primeiros dias de julgamento, no Senado Federal.
[SAIBAMAIS]Diante da pouca movimentação, grupos que apoiam a petista ajustaram ao longo da semana os planos sobre como seriam as manifestações nesta segunda. De início, a previsão era de realizar um ato de apoio antes de Dilma sair do Palácio do Alvorada para o Senado, quando será ouvida por parlamentares. A estratégia agora será fazer um ato simbólico apenas em frente do Congresso. Flores serão arremessadas em direção ao Senado. "Não é todo dia que uma mulher tem coragem de ir ao Senado enfrentar um público composto majoritariamente de homens brancos, ricos e comprometidos", disse Carmem Foro, integrante da CUT e representante do grupo contra o impeachment.
Os protestos devem aumentar a partir das 16 horas, quando manifestantes saem em caminhada pela Esplanada dos Ministérios. Carmem reconhece serem poucas as chances de o Senado decidir pelo retorno de Dilma à presidência. A ideia agora não é tentar uma mudança de rumo, mas apenas marcar presença.
Do lado pró-impeachment, a previsão também é de que protestos sejam mais reduzidos do que em etapas anteriores. Na semana passada, foram duas tentativas de manifestação, com poucas adesões. "Não há mais patrocínio", disse a Beatriz Kicis, representante do grupo pró-impeachment. Ela prevê que a maior manifestação ocorrerá no fim da votação. "Com a vitória do impeachment, que para nós é certa, a expectativa é de que pessoas venham comemorar nas ruas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.