Afastada da Presidência da República há três meses e meio, Dilma Rousseff (PT) fará hoje, no Senado Federal, diante de 81 juízes e de uma plateia formada por assessores, ex-ministros e o ex-presidente Lula, uma defesa política, em tom emocional. Os argumentos técnicos e jurídicos para se contrapor às acusações de que cometeu crime de responsabilidade só serão usados nas respostas aos opositores. As pessoas mais próximas da presidente afirmam que ela vai com o espírito ;coração valente;, sem se vitimizar. A expectativa, por ser um pronunciamento para preencher páginas históricas, é de um discurso firme, amparado na sua biografia de luta contra a ditadura e defesa, desde muito jovem, da democracia. A petista vai ressaltar que, se o impeachment for consumado, será vítima pela segunda vez de uma injustiça cometida pelo Estado.
A presidente, mesmo após várias polêmicas e o posicionamento contrário do PT, falará sobre a necessidade do chamamento de um plebiscito para antecipação das eleições. Apesar de não ter tido apoio do partido, ela tem o aval de toda a bancada petista na Casa em relação ao tema. Sem citar nomes, é bastante provável que Dilma evoque seus ex-ministros presentes em plenário ; cinco votam contra a petista ; para atestar sua lisura e honestidade nas tratativas que tiveram com ela ao longo da sua gestão.
Como precisa convencer senadores a desistir da ideia do impeachment, a presidente afastada deve falar em ;golpe;, de uma maneira mais sutil do que nos discursos que fez para a militância. Senadores aliados da presidente apostam que, mesmo que não tenha potencial para virar votos, a fala de Dilma será importante no futuro, ;quando a história fará o verdadeiro julgamento;.
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