Renan já havia explicado, por meio de nota oficial, que as referências feitas por ele em relação a Gleisi eram alusivas a duas petições protocoladas pela Mesa Diretora perante o Supremo Tribunal Federal para tratar de manifestação pública e institucional decorrente da operação de busca e apreensão realizada no imóvel funcional ocupado pela senadora e do indiciamento da congressista pela Polícia Federal. ;Tanto ela quanto Lindbergh me agradeceram no plenário;, ironizou.
Conselho de Ética
No início da noite, Gleisi afirmou que não pedirá desculpas por nenhuma de suas palavras. Ela ainda reiterou o que dissera na quinta-feira. ;Uma parte dos senadores não pode participar (deste julgamento);, reafirmou Gleisi. ;Eu mesma respondo a inquérito;, lembrou, ao se referir a um caso em que o Ministério Público a acusa no Supremo Tribunal Federal de receber R$ 1 milhão em propina desviada da Petrobras.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que pretende ingressar com uma queixa contra Gleisi no Conselho de Ética ; em caso de condenação no colegiado e no plenário, poderia haver até a cassação de mandato. Mas a senadora petista disse que não ofendeu o Senado. ;Não pretendo fazer pedido de desculpas. Não ofendi a instituição.;
Líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) admitiu que caberia a abertura de um processo contra Gleisi no Conselho de Ética. Mas ele, pessoalmente, acha que isso não ajuda no momento, pois serviria apenas para acirrar ainda mais os ânimos políticos.
Se Gleisi não recua, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) tampouco mudaram suas posições. Eles foram o estopim da confusão que culminou com a suspensão da sessão, após Caiado acusar Gleisi de ter aliciado a testemunha Esther Dweck, ao chamá-la para trabalhar na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Na sequência, Lindbergh bradou ao microfone em defesa de Gleisi. ;Esse senador que me antecedeu é um desqualificado.;
A sessão foi suspensa pelo presidente do STF por cinco minutos e os microfones, cortados. Enquanto Lindbergh gritava que quem sabia de Caiado era o empresário preso Carlinhos Cachoeira, Caiado afirmava que havia uma ;cracolândia no gabinete do senador fluminense; e usava termos como ;canalha; e ;comedor de bola (suborno); para ofender o Lindbergh.