Preocupado com o impeachment, Michel Temer observou particularidades políticas do Maranhão que favorecem a presidente afastada e, por isso, resolveu agir. Foi no Maranhão que Dilma Rousseff teve a maior votação proporcional para a presidência em 2014, onde alcançou quase 79% dos votos. Os três integrantes da bancada do Estado votaram a favor do prosseguimento do processo de impeachment da presidente, mas nenhum se comprometeu em manter o voto para o julgamento final.
Edison Lobão foi ministro de Minas e Energia de Dilma e desde a primeira sessão afirmou que votava apenas pela abertura do processo. João Alberto Souza, por sua vez, votou contra a admissibilidade do impeachment e sempre se posicionou à favor de Dilma, mas mudou de lado na última votação por "questões políticas". Após deixar o Palácio do Planalto, disse que não tratou de impeachment. "Não trataria, porque não sei como vou votar", afirmou.
Já Beto Rocha é mais próximo do PCdoB e do PT na política local, se opondo ao clã Sarney, que já demonstrou apoio a Michel Temer. O senador sempre esteve na lista dos aliados de Dilma como um dos mais cotados para votar contra o impeachment. "É uma questão muito particular para nós do Maranhão, em que a maioria esmagadora da população votou pela reeleição de Dilma. Temos de ter muito cuidado ao tratar sobre o impeachment com os nossos eleitores", disse Beto Rocha. O senador se diz decidido sobre o seu voto, apesar de não querer revelá-lo.