Jornal Correio Braziliense

Politica

Planalto aposta na pauta econômica e não se empenha pela cassação de Cunha

Governo se mobiliza para assuntos que considera importante, como o projeto da dívida dos estados e a LDO



[SAIBAMAIS];Precisamos votar as matérias econômicas para agilizar os investimentos no país;, disse Temer aos líderes presentes. Daqui a pouco mais de 10 dias, quando espera já ser presidente de fato, após a conclusão da votação do impeachment, ele embarcará para Xanghai e Pequim. Na primeira, terá uma reunião com empresários. Na segunda, participará da cúpula do G20. Em ambas, pretende mostrar que o país começou a virar a página das crises política e econômica.

Após o almoço, os líderes se reuniram na Câmara, com a participação dos deputados de oposição, e acertaram o cronograma das votações. Ontem, seriam votadas as três medidas provisórias que trancavam a pauta ; crédito suplementar para Olimpíadas; prorrogação do Programa Mais Médicos e regularização do cadastro rural. Hoje, em sessão do Congresso Nacional, será a votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2017. Logo após, a Câmara conclui as votações dos três destaques do projeto que renegocia a dívida dos estados.

Para aproveitar o quórum alto da semana, parlamentares da oposição, somados ao PPS e PSB, apresentaram um requerimento para tentar antecipar, de 12 de setembro para hoje, a votação da cassação de Eduardo Cunha. ;Precisamos fazer isso para evitar que pensem que o assunto caiu no esquecimento. Caso contrário, daqui a pouco vão querer jogar a votação para depois das eleições e o assunto vai sendo empurrado para a frente;, ressaltou o líder da Rede na Casa, Alessandro Molon (RJ).

O assunto não foi aceito pelos demais líderes aliados. ;A cassação de Eduardo Cunha ocorrerá em 12 de setembro e nós vamos garantir a presença maciça de nossa bancada. Cada liderança terá de se responsabilizar por isso e os deputados que não vierem a Brasília na sessão da cassação que arquem com o ônus dessa omissão;, criticou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ironizou os questionamentos de que os aliados de Cunha poderiam esvaziar a sessão de cassação do peemedebista. Isso poderia prolongar a sobrevida do parlamentar fluminense. ;O impeachment foi votado em que dia? Em um domingo. O então governo tentou esvaziar o quórum. Deu certo? Não;, afirmou ele, garantindo que será colocado em votação o relatório aprovado pelo Conselho de Ética, e não um projeto de resolução propondo uma pena mais branda.