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Homem procura menos médicos por trabalhar mais que mulher, diz ministro

Apesar da declaração do ministro, dados do IBGE indicam que as mulheres trabalham mais do que os homens



[SAIBAMAIS]"Nesse momento em que eles vão aos postos de saúde acompanhar as mulheres no pré-natal nós queremos capturar os homens", disse Barros. Segundo o ministro, os servidores irão estimular a presença dos homens, solicitar exames e isso irá criar um vínculo. "Normalmente quando o atendimento familiar vai à casa das famílias os homens estão fora trabalhando", comentou. Barros disse ainda que o programa não terá nenhum custo adicional ao sistema. "É apenas um comportamento das equipes, a estrutura do atendimento está pronta e está paga", declarou. "Queremos atingir essa parte da população que não tem o hábito de frequentar postos de atenção (...) Esperamos com isso que os nossos trabalhadores tenham uma expectativa de vida melhor."

Para Francisco Norberto, Coordenador Nacional da Saúde do Homem, a ideia é "ampliar a imagem do homem" entre os profissionais de saúde, fazendo-os pensar neles "dentro do seu território" e em como captá-los para a unidade básica de saúde. Dessa forma, o atendimento poderia acontecer na casa do homem, ou até mesmo em um bar ou em um jogo de futebol, de acordo com Norberto. "Muitos alegam que não precisam e que a questão do trabalho é um dificultador", avaliou o coordenador. Segundo Norberto, uma opção para acolher os homens, que já foi implantada em algumas regiões, seria ampliar o horário de atendimento. Cada adequação deverá ser feita de acordo com as necessidades da região.

Outro ponto que poderá ser melhorado com a cartilha do Ministério da Saúde, acredita o coordenador, é incentivar a participação e a responsabilização dos homens durante a gravidez de suas parceiras. "É importante que os pontos de atendimento vejam o homem não como visita, mas como parte da família, alguém que tem que ter acesso para acompanhar e aprender a cuidar da criança (...) A ideia é aprimorar esse vínculo para que haja também uma redução da violência doméstica, para que esse homem entenda que também é responsável pelo cuidado filho", explicou o coordenador. "Esse é um processo contínuo de mudança de cultura "