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Delação de Marcelo Odebrech que cita Temer deixa Planalto em alerta

No Palácio do Planalto, auxiliares próximos do interino evitam comentar a delação

O Palácio do Planalto quer tentar impedir que denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava-Jato provoquem estragos no governo do presidente em exercício, Michel Temer. Após o vazamento de parte da delação premiada do empresário Marcelo Odebrech afirmando ter repassado R$ 10 milhões ao PMDB, em 2014, a pedido de Temer, um grupo de parlamentares da oposição pediu na Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento do interino do cargo. Também mencionado pelo empresário, o ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), cancelou participação em congresso em São Paulo.

Assinada pelos líderes da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), e na Câmara, Jandira Feghali (PC do B-RJ), a representação cita a pré-delação da Odebrech e acrescenta as acusações da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado de que Temer pediu recursos desviados da estatal para a campanha do PMDB à Prefeitura de São Paulo. Os líderes não chegaram a ser recebidos pelo procurador Rodrigo Janot, que não tem prazo para decidir sobre a representação. Os parlamentares argumentam que Temer adquire imunidade temporária na Presidência e não poderia ser investigado por crimes.

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[SAIBAMAIS]No Palácio do Planalto, auxiliares próximos do interino evitam comentar a delação. Aliados minimizam que a denúncia ainda não está homologada pela Justiça e ressaltam que só será validada se houver provas para confirmá-la. Eles avaliam também que os valores se aproximam da quantia declarada pelo partido de doações recebidas e que políticos não validavam a origem do dinheiro. Apesar das negativas, Serra cancelou a participação em um congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) ontem em São Paulo.

No Senado, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), minimizou as delações. ;O rito é o mesmo de toda denúncia. Eles deverão apresentar as provas à Justiça Federal, ao procurador e o Supremo irá analisar todas elas;, defendeu. Já o senador tucano Ataídes Oliveira (TO) alegou que o partido não está preocupado com essa agenda. ;O PSDB não está preocupado com isto. Esse caso é do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Não conversei com o presidente do PSDB, mas tenho absoluta certeza de que ele pensa na mesma linha;, afirmou.