[SAIBAMAIS]O governo quer ver votada também, até o fim do ano, a emenda constitucional que estabelece o limite de gastos da União atrelado à inflação do ano anterior. Mas sabe que essa tarefa é mais difícil, já que, por ser uma PEC, necessita de tramitação por comissões especiais e quórum qualificado nas duas Casas ; 308 votos na Câmara e 49 no Senado. O mercado abstraiu essa perspectiva e trabalha com a hipótese de a matéria só ser votada na semana que vem.
Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), espera que a eleição de Maia signifique um novo momento na relação entre as duas Casas. Na semana passada, após receber a visita do demista, o peemedebista reclamou que, durante a gestão de Eduardo Cunha, repetidas vezes enviou matérias aprovadas pelos senadores que morriam pelos corredores da Câmara.
Em um gesto de boa vontade e distensionamento político, Temer decidiu manter André Moura (PSC-SE) como líder do governo na Câmara. O recado dado ao parlamentar sergipano, no entanto, foi inequívoco: se quiser continuar contando com o respaldo do Planalto, Moura precisa de se descolar do seu grupo anterior, formado em torno da figura de Cunha, e aproximar-se mais do atual bloco hegemônico de poder na Casa e no Planalto.