Numa disputada eleição para presidente da Câmara, parlamentares ainda brigam para definir o dia da escolha do sucessor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo na tentativa de escapar da cassação do mandato. A disputa pelo calendário tem uma lógica de resultados. Na terça-feira, aliados de Cunha entendem que podem emplacar um presidente afinado com ele ; como Rogério Rosso (PSD-DF) ; e ainda impedir a votação de um recurso do peemedebista para anular a votação sobre a cassação ocorrida no Conselho de Ética da Casa. Tudo ocorreria de acordo com um cronograma estabelecido pelo próprio parlamentar à beira da degola, que renunciou ao cargo na quinta-feira passada.
De outra parte, uma eleição na quinta-feira daria tempo para o PT, o presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), e seus aliados garantirem mais uma derrota para Cunha, que recorre na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra o parecer do Conselho de Ética pela cassação. Os adversários da presidente afastada, Dilma Rousseff, ainda enxergam nessa tentativa uma estratégia para jogar a votação para agosto e, de quebra, tumultuar a votação do impeachment no Senado, em plena época de Olimpíadas.
Neste fim de semana, alguns políticos ficaram em Brasília para articular a votação. Maranhão marcou a eleição para a próxima quinta-feira, apesar do desgosto da maioria dos líderes partidário, que querem resolver tudo antes. Maranhão convocou para amanhã de manhã uma reunião da Mesa da Câmara para debater a polêmica data da votação. A contragosto do presidente interino, os líderes se reúnem às 15h para discutir o mesmo assunto.
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