Já os partidos que englobam a nova oposição na Câmara ; incluindo PT, PCdoB e Rede ;, negociam com o chamado Centrinho (PSDB-DEM-PPS-PSB) para lançar um nome em conjunto na tentativa de furar um candidato chancelado pelo deputado Eduardo Cunha. As conversas começaram a sinalizar a possibilidade de apoio à candidatura do peemedebista Marcelo Castro (PI). O parlamentar, ex-ministro da Saúde do governo Dilma, oficializou ontem o nome para a disputa da Presidência da Câmara.
Leia mais notícias em Política
Nos bastidores, a avaliação é de que Rodrigo Maia (DEM-RJ), possível candidato do Centrinho, sofre bastante resistência dentro do bloco por ter feito oposição ferrenha ao governo da presidente afastada, Dilma Rousseff. No entanto, segmentos dentro do PT e do PCdoB defendem que as legendas devem caminhar com o nome, independentemente da orientação ideológica e partidária, que tenha densidade política para derrotar o candidato imposto por Cunha.
Líder do PT na Câmara, o deputado Afonso Florence avaliou que o nome de Castro é respeitado dentro do partido pela ;posição em relação ao impeachment da presidente Dilma; e pelo enfrentamento que fez a Cunha. Ele, no entanto, afirmou que o partido não fechou apoio ainda.
A deputada Jandira Feghali (RJ), líder do PCdoB na Câmara, avaliou que o nome de Castro reúne características para ser apoiado pela sigla. ;Ele é um nome amplo. Facilita. Acredito que pode arrastar alguns votos do PMDB.; Jandira salientou que a oposição também conversa com outros partidos. ;Nós definimos critérios para apoiar um candidato: terá que ter força para ir ao segundo turno, devolver a normalidade da Casa e que gere dificuldade para agenda imposta pelo presidente interino, Michel Temer;, afirmou.
Marcelo Castro declarou que, primeiro, precisa viabilizar a candidatura dentro do PMDB para conseguir votos da própria legenda. A tarefa é bastante complicada. Ex-ministro do governo Dilma, Castro foi um dos peemedebistas que não entregaram o cargo quando o PMDB decidiu, em convenção partidária, abandonar a gestão petista. ;Se o PMDB não apresentar candidato, estaríamos abrindo mão de ter uma vaga na Mesa.
Por isso, defendo que o nosso partido tenha uma candidatura própria. O meu nome está posto. Sou um dos que têm mais condições de captar votos fora do PMDB.;
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur, aliado de Eduardo Cunha, deve oficializar a candidatura na segunda-feira. ;Hoje, conversei com a patroa, filhos e acho que vamos colocar a candidatura na semana que vem. Precisamos resgatar a credibilidade. Nunca vi a Câmara assim;, disse.
Convergência
Já o líder do DEM, Pauderney Avelino, afirmou que, até segunda, a legenda vai apresentar sua posição. ;Temos uma data-limite para que escolhamos o candidato, que será segunda, quando apresentaremos a candidatura. Espero que haja convergência desse grupo. PSDB, PPS e até mesmo PT, PCdoB, PSol, Rede e PTB. Os partidos são convidados para que nós tenhamos um candidato que represente a instituição, portanto suprapartidário;, comentou.
O líder do PSD, Rogério Rosso, que era um dos mais cotados para ser o candidato do Centrão, voltou a negar ontem que enfrentará a disputa. Ele repetiu o discurso de que vai trabalhar para que a base encontre um nome de consenso e ressaltou que tem recebido muitas mensagens pedindo que dispute a eleição. O Planalto ainda sonha conseguir um nome que unifique a base. A tarefa é cada vez mais difícil. Muitos parlamentares ficaram em Brasília neste fim de semana. As articulações até o dia da eleição serão intensas.
Confira os nomes dos deputados que já registraram candidatura a presidente da Câmara e os que podem concorrer
Oficializados
; Marcelo Castro (PMDB-PI)
; Fausto Pinato (PP-SP)
; Carlos Gaguin (PTN-TO)
; Carlos Manato (SD-ES)
; Fábio Ramalho (PMDB-MG)
Correm por fora
; Beto Mansur (PRB-SP)
; Rogério Rosso (PSD-DF)
; Fernando Lucio Giacobo (PR-PR)
; Milton Monti (PR-SP)
; Cristiane Brasil (PTB-RJ)
; Júlio Delgado (PSB-MG)
; Osmar Serraglio (PMDB-PR)
; Sérgio Souza (PMDB-PR)
; Antônio Imbassahy (PSDB-BA)
; Rodrigo Maia (DEM-RJ)
; Esperidião Amin (PP-SC)
; Chico Alencar (PSol-RJ)
; Heráclito Fortes (PSB-PI)
; José Carlos Aleluia (DEM-BA)
; Hugo Leal (PSB-RJ)