O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), vai propor uma reunião na segunda-feira, 11, para que os demais líderes busquem uma solução para o impasse e consigam encontrar uma saída para antecipar a eleição, nem que seja para quarta-feira, 13. Rosso não descartou a possibilidade de judicializar a discussão e disse temer as idas e vindas de Maranhão. "Tem alguma coisa estranha em ter eleição na quinta-feira", comentou.
Registros
Até o início da tarde desta sexta-feira, quatro parlamentares já haviam registrado suas candidaturas à presidência da Câmara na Secretaria-geral da Mesa. Os nomes estão divididos entre adversários e aliados do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). São eles: Fausto Pinato (PP-SP), Marcelo Castro (PMDB-PI), Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO) e Carlos Manato (SD-ES).
[SAIBAMAIS]Como as candidaturas podem ser realizadas até o dia da votação, outros candidatos devem ser inscritos até a semana que vem. Entre os outros nove nomes que circulam pela Casa, os mais fortes são Rogério Rosso (PSD-DF), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Fernando Giacobo (PR-PR). Os favoritos, contudo, ainda não se inscreveram. Candidato pelo PTN, Gaguim é um dos aliados do ex-presidente da Casa. Há dois dias, ele chegou a renunciar à vaga de membro titular da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para não ter que votar contra o peemedebista. Conforme orientação do PTN, o membro do partido na CCJ deverá votar a favor da cassação de Cunha.
Desafeto de Cunha, Fausto Pinato foi o primeiro relator do processo de cassação do ex-presidente da Câmara no Conselho de Ética. No colegiado, ele recomendou a continuidade do processo contra o peemedebista. Mas a função não durou muito, já que uma manobra de Cunha fez com que Pinato fosse destituído da relatoria no colegiado. Em abril, ele renunciou ao posto no Conselho, dando lugar a Tia Eron (PRB-BA), que, depois de muito mistério, também se posicionou contra Cunha.
Entre os adversários de Cunha na disputa também está o ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff, Marcelo Castro. Corregedor da Câmara dos Deputados, Carlos Manato foi quem recebeu, em outubro do ano passado, a representação de partidos da Casa contra Cunha. O parlamentar é da bancada do Solidariedade, liderada por Paulinho da Força (SP), um dos maiores aliados de Cunha. Manato ganhou destaque nos jornais ao arrecadar dinheiro entre deputados para "bolão do impeachment". Como ninguém acertou o placar da votação, Manato disse que os recursos seriam doados a uma ONG.
Outro aliado de Cunha, Beto Mansur (PRB-SP), reforçou hoje que também será candidato. "Conversei com a família e aceitaram que eu seja. Vou colocar meu nome", disse. Ontem, ele afirmou que Cunha foi um bom presidente da Câmara, apesar de problemas pessoais que precisam ser resolvidos na Justiça.