Em coletiva após a reunião com indígenas, Moraes minimizou o desgaste da indicação do general, disse que ela não foi um erro por parte do partido e afirmou que "não há nenhum veto ao nome indicado pelo PSC, mas não será ele o presidente da Funai". "Nós já estamos em negociação com outro perfil, estamos procurando um perfil que já tenha um histórico de diálogo com todas as comunidades indígenas", disse. "O que ocorre é o seguinte: não é só pra Funai, não é só pro Ministério da Justiça, há indicações de perfis, de pessoas que podem ocupar determinados cargos, que têm totais condições de ocupar determinados cargos, mas em determinado momento cada gestor procura determinados perfis."
O cacique Aruan Pataxó afirmou que na reunião o governo "se comprometeu que um militar não vai ocupar diretoria da Funai".
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, Peternelli confirmou o recebimento do convite pelo PSC, a bancada mais conservadora do Congresso e que conta com parlamentares como Jair Bolsonaro (RJ), Eduardo Bolsonaro (SP) e pastor Marco Feliciano (SP). A reportagem lembra que Peternelli chegou a prestar homenagem ao golpe militar de 1964, em publicações feitas na internet. Em uma das publicações, escreveu "52 anos que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca vai ser comunista".
A Funai está sem um presidente definitivo desde o dia 12 de maio, quando Temer assumiu o Palácio do Planalto. No governo Dilma, a autarquia chegou a passar anos com seu comando ocupado por presidentes interinos. Semanas antes de deixar o Planalto, a presidente afastada Dilma Rousseff liberou uma série de processos de demarcação de terras indígenas. Muitas dessas terras aguardavam há décadas uma definição do governo. No Congresso, há movimentos de parlamentares para que esses atos sejam cancelados.
Na reunião de hoje, Moraes afirmou que a ideia do governo é ampliar o diálogo com os indígenas e acelerar o processo de demarcação de terras indígenas. O cacique Pataxó afirmou que um dos compromissos dos ministros foi de fortalecer a Funai. "Mais de 100 cargos estavam para ser extintos e foi prometido que não serão", disse.