Jornal Correio Braziliense

Politica

Beneficiários de parlamentares falecidos custam R$ 42,2 milhões aos cofres

Em média, cada viúva ou herdeiro do benefício recebe cerca de R$ 7 mil por mês



Um dos principais temas em discussão do governo do presidente em exercício Michel Temer, a reforma da Previdência pretende alterar o tempo de contribuição e o prazo de aposentadoria dos colaboradores do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social). Havia uma promessa de encaminhar uma proposta ao Congresso para que os parlamentares ;corrijam; as questões previdenciárias, que entrará em colapso caso não seja modificada. Porém, a dificuldade de se obter definições a respeito empurrou qualquer decisão para depois das eleições. Na última terça-feira, o governo criou outro grupo de trabalho. Para o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a meta agora é aprovar a proposta ;ainda este ano;.

Privilégio

Independentemente de qualquer discussão do Executivo em relação à previdência do INSS, o Congresso usufrui de um sistema diferenciado de Previdência complementar. As propostas apresentadas pelo Executivo não afetarão as aposentadorias dos parlamentares, e as pensões deixadas às viúvas ou aos herdeiros deles. Esse plano complementar dos congressistas custa aos cofres públicos R$ 42,2 milhões por ano, referente a 462 beneficiários das duas Casas ; 376 viúvas na Câmara e 86 no Senado. São R$ 3,2 milhões por mês, que resultam num valor médio de R$ 7 mil por beneficiário. A média de pensões pagas a viúvas pelo INSS é de R$ 951 e o teto imposto pelo INSS é de R$ 5,1 mil. Na Câmara, pelo menos oito viúvas recebem R$ 33,7 mil de aposentadoria vitalícia.

Até 1999, no Congresso regia o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), que previa que deputados e senadores tivessem direito à pensão proporcional após terem contribuído com pelo menos oito anos e terem atingido a idade mínima de 50 anos. Os proventos seriam integrais após contribuições de 30 anos ou em casos de aposentadoria por invalidez oriundas de acidente de trabalho. Porém, essa categoria foi extinta com a criação do Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC).

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