O criminalista Luiz Flávio Borges D;Urso disse que o juiz federal Sérgio Moro agiu "criteriosamente" ao absolver seu cliente, o empresário Márcio Martins Bonilho, no mesmo processo em que condenou o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, a oito anos e dois meses de prisão.
Bonilho é dono da Sanko Sider, alvo da Operação Lava Jato desde o emblemático empreendimento da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco. Na ação em que o dono da UTC foi condenado, Bonilho era acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.
A Procuradoria da República atribuiu lavagem de dinheiro e corrupção a Bonilho por suposta ocultação e dissimulação de repasses de propinas em contratos entre a UTC Engenharia e a Sanko Sider.
O juiz Moro condenou Ricardo Pessoa, mas o empreiteiro vai ficar em regime aberto porque fez delação premiada e revelou o suposto envolvimento de cerca de vinte políticos com foro privilegiado e ex-dirigentes da Petrobras. Moro absolveu Bonilho "por ausência de provas".
"A defesa ficou muito satisfeita com a sentença, o juiz Moro foi criterioso na coleta das provas e concluiu que Bonilho não cometeu nenhum dos crimes de que foi acusado neste processo", declarou Luiz Flávio Borges D;Urso.
Outros processos
Bonilho já foi acusado em outros dois processos da Lava Jato. No primeiro, pegou 13 anos de prisão. Está recorrendo ao Tribunal Regional Federal da 4.; Região (TRF4). Ele nunca foi preso na Lava Jato e responde a este processo em liberdade. Na segunda ação, o empresário foi absolvido, assim como neste terceiro processo agora analisado pelo juiz Moro.