No evento, Teori disse que o Brasil passa por um momento de "grande dificuldade" e que é necessária a adoção de "remédios amargos". "O País está enfermo, às voltas com graves crises na área de natureza econômica, política e ética", afirmou. "Sem dúvida é preciso que as enfermidades sejam tratadas, como estão sendo, e que tenhamos a coragem de ministrar os remédios amargos quando necessário", continuou.
Ao comentar a fala de Teori, Mendes disse que os remédios "que existem já são suficientemente amargos". "Certamente vamos ter daqui a pouco condenações e tudo isso é uma fase muito difícil da vida do País, mas a mensagem importante que o ministro Teori passou é que temos que olhar para frente", afirmou.
O relator da Lava Jato disse os remédios amargos devem ser usados para "acertar as contas com o passado". "Mas sem prejuízo de medidas para acertar as contas com o passado é também indispensável que tenhamos um olhar para o futuro", afirmou.
Questionado se acreditava que a Lava Jato poderia estar perto de seu fim, Mendes respondeu que não. "Não da para fixar prazos, decisões judiciais demoram."
Gilmar evitou comentar as declarações do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de que o governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, nunca apoiou institucionalmente a Lava Jato e o combate à corrupção e de que o governo de Michel Temer dá apoio às investigações. O ministro também não quis comentar as acusações de petistas de que o encontro entre Moraes e o juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, pudesse interferir nas investigações.
"Não vou emitir juízo sobre isso (encontro Moro e Moraes). O ministro da Justiça tem funções de coordenação das atividades e logística das atividades da PF e precisa estar informado inclusive de necessidade de condições de trabalho", afirmou.