Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF em São Paulo, Rodrigo de Campos Costa, o esquema era baseado na escolha fraudulenta da Consist Software para administrar o sistema de créditos consignados de servidores públicos. Os empréstimos contraídos eram pagos com desconto em folha por servidores. Cada funcionário não sabia, mas pagava pouco mais de R$ 1 pela taxa de administração da Consist. No entanto, 70% desse valor era desviado para empresas e operadores até chegar a Bernardo, ao Partido dos Trabalhadores e a outros beneficiários. ;Dezenas de milhares de funcionários públicos foram lesados;, afirmou o superintende-ajunto da Receita Federal em São Paulo Fábio Ejchel.
O caminho do dinheiro
1. Servidor ;paga;* prestação do crédito consignado em folha
2. Desse valor pago, cerca de R$ 1 vai para a Consist, que administra o sistema de créditos
3. A Consist fica com apenas 30 centavos e repassa os demais 70 centavos para empresas do esquema
4. Várias empresas participam:
4.1. Uma delas é a empresas o escritório de advocacia da campanha da mulher de Bernardo, a senadora Gleisi Hoffman. Ele fica com um percentual inicial de quase 10% e faz pagamentos a Bernardo
4.2. Outra é o ex-vereador de Alexandre Romano, que fica com 20% a 25%. Ele repassa a maior parte do que recebe para o Partido dos Trabalhadores, por meio dos ex-tesoureiros Paulo Ferreira e João Vaccari
*As prestações são descontadas no próprio contracheque. Fonte: Polícia Federal e Ministério Público
Custo Brasil
De acordo com o superintendente regional da Receita Federal em São Paulo, Fabio Ejchel, o nome da operação se deve ao "aumento de custos" aos servidores públicos. "Isso prejudica a população. A corrupção é irmã gêmea da sonegação. Atuação conjunta dos órgãos é fundamental", destacou. O inquérito policial foi instaurado em dezembro de 2015, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a documentação arrecadada na 18; fase da Lava-Jato, conhecida como Pixuleco II, fosse encaminhada para investigação em São Paulo.