Temer afirmou que seu governo, mesmo com poucos dias no comando, já conseguiu "alguns avanços importantes no Congresso". Segundo ele, esses avanços são consequência "em primeiro lugar por compreensão da sociedade e por conta do apoio significativo que conseguimos do Congresso".
Temer disse que está aguardando "respeitosamente a decisão o Senado Federal" sobre a definição do processo de impeachment, mas já está tomando providências para tirar o País da crise. Ele citou a extinção e 4,2 mil cargos e a eliminação de 10 mil funções gratificadas. "É uma tentativa de reduzir o quanto seja possível os gastos públicos", explicou.
O presidente citou uma entrevista que deu ontem ao jornal Washington Post, que deve ser veiculada no domingo, 26, e disse que verificou que os norte-americanos têm "grande esperança e já há uma credibilidade nova no Brasil". "Mas é claro que a pergunta sempre se põe desta maneira: o que vai acontecer em agosto?". "Isso desestabiliza um pouco, mas volto a dizer que não é impossível governar e depois de agosto as coisas ficam mais consolidadas para tomar muitas outras providências", afirmou.
Segundo ele, essa dúvida dos investidores em relação ao futuro político do Brasil demonstra que o aspecto político é importante para a recuperação a economia. "A economia está vinculada à pacificação política", avaliou.
Base consolidada
O presidente em exercício afirmou na entrevista à rádio paulistana que as perspectivas em termos da aprovação do projeto que limita os gastos no governo é positiva, em razão da base "muito consolidada" que o seu governo possui no Congresso. "Hoje nós temos uma base, convenhamos, que há muito tempo não se verificava", afirmou, citando a rápida aprovação do projeto de Desvinculação de Receitas da União (DRU).
Temer falou ainda do projeto de limitação do teto de gastos e reforçou que ele não valerá apenas para a União, mas também para os Estados, como ficou acertado no acordo de renegociação de dívidas. "Essa base sólida está disposta a partilhar conosco a tentativa de tirar o País da crise", afirmou. "Quando apresentamos a proposta do teto dos gastos ela foi muito bem recebida", completou.
O peemedebista disse ainda que a questão da reforma da Previdência "e outras tantas medidas" complementares serão necessárias para ajudar na retomada da economia. "Já estamos estudando a questão da reforma da Previdência, dialogando com as centrais sindicais para encontrarmos os termos harmoniosos para fazer uma reforma previdenciária, que é uma complementação às medidas de contenção de gastos".