Temer comentou ainda que em relação às dívidas de alguns Estados com o BNDES por conta da Copa do Mundo estão faltando "apenas" estudos de natureza jurídica. "Esse assunto foi levantado na reunião de governadores e havia alguns impedimentos jurídicos", afirmou. Segundo ele, esses estudos estão avançados. "Essa solução federativa que nós demos é extremamente útil para os Estados".
O presidente disse também que o governo está tentando restabelecer "a confiança, pois (isso) gera esperança". Ele afirmou que estudou um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, mas deve tomar a medida somente após a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
"Vamos esperar, mas vamos fazer e dizer como encontramos o País, porque não foi fácil", afirmou, ressaltando que, no curto prazo, é possível ter esperança de que os brasileiros se pacifiquem nas relações e que sua segunda esperança é melhorar a economia.
Cunha
O presidente em exercício disse na entrevista que tomará "muito cuidado" com qualquer interferência em assuntos da Câmara em relação a sucessão do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Solução é típica da Câmara dos Deputados, mas tenho pedido que haja uma única candidatura da base", afirmou.
Temer afirmou que tem dito que não é útil rachar a base nem para a Câmara nem para o governo. "Vamos trabalhar, quando indagados, nesta direção", completou. Para o presidente em exercício, a questão da sucessão de Cunha na Câmara deve ser solucionada com a maior rapidez. Temer disse que os líderes da base aliada têm trabalhado por conta própria para aprovar as matérias e citou a lei das estatais como exemplo de empenho do Congresso. "Quero ver se sanciono hoje (a lei das estatais) para começar a nomear e, logo mais, a questão dos fundos de pensão, que é um projeto de lei moralizador."
Ministros
Questionado se receia perder mais ministros, depois do pedido de demissão de três membros de alto escalão que foram citados na Lava Jato, Temer afirmou que não. "Os que caíram, até porque pediram demissão, eles tinham um sentido de colaboração", afirmou.
Para Temer, é preciso tomar cuidado com o caráter condenatório das delações. "Nos últimos tempos se alguém é delatado já está condenado", afirmou. "Acho que não teremos mais problemas, e o importante é que isso não pode atrapalhar nem a governabilidade, nem a crença no País.
Venezuela
Na entrevista, Temer foi questionado sobre o que acha da situação da Venezuela. "A situação não é boa, estou dizendo o óbvio", afirmou. Segundo o presidente em exercício, ele determinou ao ministro de Relações Exteriores, José Serra, para que mande remédios ao país. "
A preocupação é muito grande. Espero que a Venezuela não recuse", disse. O país comandado por Nicolás Maduro passa por uma grave crise econômica e de abastecimento e apoia o governo da presidente afastada Dilma Rousseff.