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Temer se defende de acusações da delação de Machado: 'Leviandade'

Na fala que durou pouco mais de cinco minutos, o líder em exercício ressaltou as medidas que tem tomado para tirar o país da crise e sobre o diálogo "fértil" entre o Planalto e o Congresso



Hoje, em seu discurso de pouco mais de sete minutos, Temer disse que alguém que tivesse cometido o "delito irresponsável" apontado por Machado não poderia presidir o País. O presidente em exercício afirmou que as medidas adotadas pelo seu governo têm tido o apoio "da grande maioria do povo brasileiro, com apoio da quase totalidade daqueles que no Congresso Nacional pensam no Brasil". "E surge um fato leviano como este, que embaraça, que pode embaraçar a atividade governamental", afirmou

Reforçando o "seu estilo", Temer disse que queria registrar em "alto e bom som" que nada embaraçará "o nosso desejo, a nossa missão, a nossa tarefa em fazer com que, neste período que eu esteja à frente da Presidência da República, com uma equipe econômica extraordinária, com equipe relativa às relações exteriores novamente extraordinária, um ministério muito adequado, nada impedirá que nos continuemos a trabalhar em prol do Brasil".

Afirmando que falava com "ponderação e sobriedade", Temer destacou que ao longo deste mês que está no comando do País praticou os mais diversos gestos para tirar o Brasil da "crise profunda" e que tem recebido homenagens nas ruas por todos os lugares que passa.

"Tivemos a coragem e ousadia de propor plano que fixa teto para gastos públicos", disse. "Sabem os senhores e as senhoras, nós lançamos um ajuste fiscal, uma nova meta fiscal, um novo plano fiscal, que como pude perceber no noticiário de hoje, é um dos mais adequados para o momento que passa nosso país", disse, acrescentando que "outros projetos virão para fazer adequação integral da questão dos gastos públicos".

Ele destacou ainda que "a relação muito fértil" com Congresso e base aliada que mostra que o País está em harmonia. "Vou dizer o óbvio, eliminamos ministérios, mais de 4.200 cargos de livre nomeação, eliminamos mais de 10.200 cargos comissionados, eliminando, portanto a comissão. Tivemos uma relação muito fértil com o Congresso Nacional. Temos hoje uma base parlamentar que revela que o País está em harmonia, ao governarem executivo e legislativo, é fundamental para o país essa interação", disse

Sem cadeia nacional

Com a fala à imprensa, Temer abandonou de vez a ideia de fazer um pronunciamento em cadeia nacional da rádio e TV. A ideia era defendida por alguns aliados, mas não era consenso. Com as denúncias envolvendo Temer, aumentou o temor de panelaços e a avaliação hoje foi de que a fala à imprensa seria a forma mais adequada de o presidente em exercício dar a sua versão.

Desde que assumiu o governo, entretanto, Temer ainda não concedeu coletiva de imprensa em Brasília, fez apenas declarações e saiu sem responder aos jornalistas.