Embora um dos objetivos da caravana pelo Nordeste seja reverter o impeachment no Senado, a chance de mudar o voto dos senadores paraibanos é mínima. Cássio Cunha Lima (PSDB), José Maranhão (PMDB) e Raimundo Lira (PMDB) são aliados de Temer e foram favoráveis ao processo.
Ambulância
Segundo Dilma e Coutinho, o governo federal se recusou a liberar uma ambulância do SAMU e batedores da Polícia Rodoviária Federal para acompanhar a visita da presidente afastada. "Este é um direito meu, líquido e certo. Eu tenho direito a segurança. Isso apavora eles. Se a minha segurança for comprometida a responsabilidade é do presidente da República, sob exercício provisório do Temer. Isso é a mesquinharia do Temer", disse ela
Segundo Dilma, o governo Temer cortou R$ 17 milhões que haviam sido liberados para o término das obras de um viaduto na capital paraibana. Ela chamou a atitude de "patrimonialista". "Confundir o público com o privado é a base da visão que leva à corrupção. É achar que o dinheiro público pode ser desviado." Em seu discurso, a presidente afastada voltou a mostrar simpatia pela ideia de um plebiscito para decidir, entre outras coisas, sobre a possibilidade de convocação de novas eleições.
Segundo Dilma, o modelo de governabilidade adotado desde a Constituição de 1988, baseado no "toma lá dá cá" se esgotou e o Brasil precisa de um novo pacto político que passe pelo voto popular. "Acho que esse toma lá dá cá já deu o que tinha que dar e não é só por uma questão ética, é sobretudo porque o padrão, o modelo, se esgotou. Ele não dá conta do Brasil. Tanto que uma parte dos meus ministros mudou literalmente de lado."
A petista admitiu que não existe consenso sobre o formato e conteúdo do plebiscito e que a iniciativa não cabe ao presidente e sim ao Legislativo mas defendeu a participação popular na elaboração de uma saída para a crise política. Nesta quinta-feira, 16, Dilma participa tem agenda em Salvador e na sexta no Recife. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.