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Sérgio Machado diz Aécio recebeu R$ 1 milhão de dinheiro ilegal

Os valores eram entregues em espécie por pessoas indicadas por Mendonça

O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, afirmou em sua delação premiada que ele, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-senador Teotônio Vilela se uniram para ajudar a campanha de 50 deputados e conseguir viabilizar a campanha de Aécio para presidir a Câmara a partir de 2001. Usando recursos ilegais, foram arrecadados R$ 7 milhões, sendo R$ 1 milhão para o próprio Aécio. ;A maior parcela dos cerca de R$7 milhões arrecadados à época, foi destinada ao então Deputado Aécio Neves, que recebeu R$1 milhão de reais em dinheiro;, narrou Machado, em depoimento prestado em 6 de maio, no Rio de Janeiro.

O tucano presidiu a Câmara dos Deputados entre 2001 e janeiro de 2003. Para se eleger, Aécio contou com, segundo Machado, propina arrecada da estatal Furnas Centrais Elétricas, onde trabalhava o diretor Dimas Toledo, apontado por seu apadrinhado.

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A negociação começou em 1998, quando o ex-presidente da Transpetro integrava o comitê central da campanha à reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Parte do dinheiro veio de empresas que fizeram doações ;ilícitas; e parte por meio do então presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Machado diz que o trio pediu recursos à campanha nacional de FHC e, com isso, arrecadaram de R$ 100 mil a R$ 300 mil para cada deputado. O dinheiro era ;vivo; e era sujo, segundo o delator. ;Para conseguir esses recursos, além dos contatos com empresas que fariam as doações de recursos ilícitos, em espécie, procuraram Luis Carlos Mendonça;, disse ele.

Outra parte do dinheiro veio do exterior, afirmou Machado. Os valores eram entregues em espécie por pessoas indicadas por Mendonça. ;Com frequência, Aécio recebia esses valores através de um amigo de Brasília que o ajudava nessa logística;, contou. ;Esse amigo era jovem, moreno e andava sempre com roupas casuais e uma mochila;.

Antes, a forma de obter dinheiro era o ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta, já falecido. Uma das empresas que fez repasses ilegais em 1998 foi a Camargo Corrêa, disse Machado.

Foi Motta quem relatou ao ex-presidente da Transpetro que Aécio obtinha dinheiro ilegal de Furnas com a ajuda de Dimas Toledo. ;Ouvi do ex-ministro Sérgio Motta que Dimas Toledo era nomeado e apadrinhado pelo à época deputado Aécio Neves;, contou. ;Todos do PSDB sabiam que Furnas prestava grande apoio ao deputado Aécio via o diretor Dimas Toledo que era apadrinhado por ele durante o governo Fernando Henrique Cardoso e Dimas Toledo contribuiu com parte dos recursos para eleição da bancada da Câmara à época.;

Segundo Machado, ;parte do dinheiro para a eleição de Aécio para a Presidência da Câmara veio de Fumas;. O plano de arrecadação em 1998 e 2000 deu certo. O PSDB conseguiu eleger 99 deputados, a segunda maior bancada da Câmara.