Quase metade das menções ao presidente em exercício Michel Temer no Twitter foi negativa nos 30 primeiros dias do mandato. Segundo levantamento da Sprinklr, empresa que oferece soluções de gerenciamento de mídias sociais, 49,68% das 6,6 milhões de citações foram desfavoráveis a Temer. Já os tuítes positivos representaram 30,32% do total e os posicionamentos neutros 20% das menções.
De acordo com o estudo, os dias de pico de menções ao peemedebista foram 12 de maio, data em que Temer assumiu a presidência, 15 de maio, dia em que foi exibida uma entrevista no Fantástico, 23 de maio, quando foi aprovada a nova meta fiscal, e 30 de maio, quando a primeira pesquisa sobre o novo governo foi divulgada.
Em relação aos assuntos mais abordados, a Lava Jato foi o mais recorrente (26,91%), seguido do tema ;Saúde; (21%), corrupção (16,30%), habitação (14,83%) e ministérios (14,21%). O estudo também aponta os ministros do governo interino mais citados. O senador Romero Jucá, ex-chefe da pasta do Planejamento, lidera a lista com 95%. Jucá foi flagrado em áudio com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em que sugeriria que o governo Temer estancaria as investigações da Lava Jato.
O segundo colocado na lista de ministros mencionados em tuítes ligados a Temer, com apenas 1,5% das citações, foi Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central. Outro dado do levantamento é que 15% dos posts que citam Temer também mencionam a presidente afastada Dilma Rousseff.
O estudo também elenca as principais personalidades que citaram Temer durante o período analisado, como os humoristas Danilo Gentili, Rodrigo Vesgo e Felipe Neto, o escritor Paulo Coelho e o apresentador Tiago Leifert.
O humorista Felipe Neto usou seus tuítes para frisar seu posicionamento contrário ao presidente em exercício, apesar do apoio ao impeachment de Dilma Rousseff. "Que fique claro: sou CONTRA o governo Temer. Não estou defendendo ninguém aqui não."
Já Rodrigo Vesgo orienta Temer em relação à operação Lava Jato: "Temer, ouça a voz do Moro e não deixe ninguém interferir na Lava-Jato".
Paulo Coelho tuitou três vezes no período. Na última delas, no dia 30 de maio, ele disse: "Duvido (mas quero queimar a língua.. )Temer não tem mais capital político para gastar" e retuitou o post do jornalista Fernando Rodrigues que dizia que Fabiano da Silveira, ministro da Transparência à época, deveria ser demitido por envolvimento com os áudios de Sérgio Machado. Na gravação, Silveira faz críticas à Lava Jato.