"Há dias, nós votamos a redução do superávit primário e um déficit de R$ 170 bilhões. Na semana seguinte, o governo aprovou na Câmara dos Deputados - como sempre acontece - um projeto de lei dando aumento aos servidores públicos", criticou o presidente do Senado, dizendo que isso "não poderia ser ocultado".
Renan disse que é preciso que o governo esclareça se há, de fato, o déficit fiscal. "(Havendo déficit), não podemos dar aumento salarial, nem criar cargos, nem aumentar teto de gastos " O presidente do Senado foi irônico ao dizer que, se o governo aprova aumentos salariais, "talvez tenhamos aprovado um déficit que não existe".
A presidente afastada Dilma Rousseff também fez críticas à condução da política econômica pelo governo Temer. Ela o acusou de "fazer um déficit gigantesco" - referência à revisão da meta fiscal para um rombo de R$ 170,5 bilhões em 2016 - e de a Câmara ter autorizado, com aval do governo, a criação de 14 mil cargos. Disse que os gastos "não beneficiam o conjunto da população". "E eu pergunto: com que legitimidade?"
Com apoio do governo, a Câmara aprovou 14 projetos de reajuste salarial para funcionários públicos com um impacto superior a R$ 50 bilhões em quatro anos nas contas públicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.