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Politica

Dilma à TV estrangeira: Não é algo tão impossível a conquista de seis votos

Ela também se disse otimista em relação à sua volta, afirmando que o sentimento da população mudou desde que foi confirmado seu afastamento provisório

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A presidente afastada Dilma Rousseff se mostrou confiante na conquista dos votos necessários para reverter o processo de impeachment no Senado. Em entrevista divulgada nesta terça (7/6) pela rede de televisão Al Jazeera, do Catar, ela disse contar com 22 votos dos 28 necessários para impedir sua destituição. "Não se trata de algo tão impossível a conquista de seis votos", afirmou.

A presidente voltou a defender que está sendo alvo de uma injustiça e citou os áudios divulgados pelo delator Sérgio Machado, ex-senador e ex-diretor da Transpetro, mostrando integrantes do governo interino de Michel Temer conspirando para tirá-la do cargo e impedir o andamento das investigações contra a corrupção.


Ela também se disse otimista em relação à sua volta, afirmando que o sentimento da população mudou desde que foi confirmado seu afastamento provisório. "Há mais de dois meses e meio que não se divulgam pesquisas no Brasil. (Mas) as pesquisas que fazem em alguns Estados mostram que a situação hoje claramente se inverteu. (...) É visível que as coisas estão mudando. Aqueles que foram às ruas dizendo que me tirar era lutar contra a corrupção não conseguem colocar uma pessoa na rua hoje contra mim porque é visível que é o oposto", disse.

A presidente afastada se defendeu de acusações sobre sua responsabilidade quando ocupou o cargo de presidente do Conselho de Administração da Petrobras, relembrou dos feitos de sua gestão e do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a corrupção e afirmou que a crise econômica foi agravada por uma articulação política que trabalhava para tirá-la da presidência desde a eleição de 2014.

Questionada sobre qual seria seu grande erro e o que fará de diferente caso vença no Senado, Dilma afirmou que repensaria suas alianças, que minaram sua base de governo com a passagem dos partidos de centro para o campo da direita, um movimento capitaneado pelo PMDB.

Ela também criticou o presidencialismo de coalizão e defendeu uma reforma política. "Em 1998, você conseguia estruturar uma maioria parlamentar com três partidos, depois com quatro, hoje não se consegue com menos de 15 partidos. Há um processo de fragmentação política, e dentro dos partidos um processo de balcanização de interesses. Só uma situação complexa e com características como essa permitiria que um processo de impeachment sem base legal fosse aprovado", disse.