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Pedido de prisão de Cunha deve fazer deputados repensarem voto, diz Araújo

Segundo o deputado, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, não faria um pedido de prisão desses se não tivesse bem embasado

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou na manhã desta terça-feira (7/6), que o pedido de prisão do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) deve fazer integrantes do colegiado repensarem seus votos em relação ao peemedebista. O conselho discute e pode votar hoje parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) pedindo a cassação do peemedebista.

"Não posso dizer se (o pedido de prisão) influencia ou não (os trabalhos no Conselho de Ética), mas vai fazer os deputados repensarem", afirmou Araújo. Segundo o deputado, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, não faria um pedido de prisão desses se não tivesse bem embasado.

"Um pedido desse denigre a imagem da Câmara. É uma coisa a se lamentar", afirmou. Janot também pediu prisão do ex-presidente José Sarney e dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.

José Carlos Araújo voltou a acusar Cunha de interferir nos trabalhos da Câmara, mesmo afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o parlamentar do PR, o presidente afastado da Casa continua manobrando no Conselho de Ética para tentar se salvar da cassação, por meio de trocas de membros do colegiado e recursos regimentais. "O Conselho de Ética sente a cada instante os dedos de Eduardo Cunha", afirmou.

O presidente do colegiado previu que a votação do parecer pela cassação de Cunha pode não acabar nesta terça-feira. Antes de começar a votação, 17 deputados estavam inscritos para discutir o parecer. Araújo lembrou que os trabalhos do colegiado terão de ser interrompidos quando começarem as votações na sessão plenária.

[SAIBAMAIS]Diante disso, disse que pretende retomar os trabalhos do conselho ainda hoje ou nesta quarta-feira (8/6), dependendo do horário em que as votações acabarem no plenário.



Votação
Os deputados aliados de Eduardo Cunha acreditam que o relatório que será analisado no Conselho de Ética não será aprovado. Eles avaliam que o resultado será "justo" e que o peemedebista terá condições de se defender contra um processo de cassação no Supremo Tribunal Federal.

Representantes da oposição, por sua vez, esperam um empate na votação, em dez a dez, com um voto favorável ao relatório por parte do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR/BA). O relator é o deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

"O placar vai ser justo, o relatório vai ser derrotado. Cunha tem que demonstrar esclarecimentos à Justiça e nada melhor do que parlamentar poder ser julgado pela Suprema Corte do País", afirmou o deputado Washington Reis (PMDB-RJ), em entrevista à TV Câmara instantes antes do início da sessão do Conselho de Ética

Os deputados Léo de Brito (PT-AM) e Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS), por sua vez, acreditam que a votação na Comissão será favorável ao relatório, o qual pede a cassação do mandato parlamentar do peemedebista. À TV Câmara, ambos projetavam um empate em dez a dez, com voto de desempate dado pelo presidente da Comissão de Ética, a favor da cassação de Cunha. O voto decisivo deve ser dado pela deputada Tia Eron (PRB-BA).

Na visão de Carlos Marun (PMDB-MS), Araújo deveria se isentar de votar. "Suas atitudes sempre foram parciais no sentido de acelerar a cassação de Cunha", comentou Marun, outro aliado de Cunha, em entrevista à TV Câmara.