Carlos relatou que o pai morreu em casa, por opção. "Ele queria partir honradamente, pela falência múltipla de órgãos. E em casa. Recusou ir ao hospital", contou. Segundo Carlos, o pai esteve consciente até o fim, exceto nos últimos dois dias, em que também foi sedado para amenizar as dores. "Tive a oportunidade de me despedir dele, de pedir perdão", disse.
Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Velloso compareceu ao velório no cemitério Campo da Esperança. O jurista conheceu Passarinho em 1997 e disse que tinha profunda admiração pelo ex-governador do Pará. "Tive o prazer de conversar com ele até mais ou menos cerca de 10 anos atrás. E nas reflexões, sempre estava presente o Brasil. Era um homem preocupado com o nosso povo, com o Brasil. Teve uma carreira edificante no Exército, e depois, na política", afirmou. Velloso contou que conversou com Passarinho pela última vez no segundo mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que novamente falaram sobre a situação do país. "Era um homem que se preocupava com as ideias", disse. O ministro do STF Marco Aurelio Melo esteve no velorio no Oratório do Soldado. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, também prestou homenagens.
O deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI) ressaltou a importância de Passarinho para o país. O parlamentar disse que teve "divergências" com o ex-ministro na época em que conviviam no Congresso, mas que o respeitava bastante. "Foi umas das figuras mais importantes processo político no Brasil nos últimos 50 anos. Ele surgiu com o movimento revolucionário, mas soube o momento exato da mudança, e aí foi um colaborador fantástico para que a transição fosse feita com harmonia, com diálogo", disse.