"Temos dois grandes objetivos. Um, urgente e fundamental, é o equacionamento da nossa dívida. Precisamos trazer os números da empresa para números mais aceitáveis para qualquer empresa. É uma obrigação primeira", ressaltou Parente. "Outro objetivo é acelerar a exploração e a produção dessa riqueza que está no pré-sal. Levando em conta esses dois objetivos, as demais questões têm que se alinhar a isso", completou.
Legislação
Sobre as mudanças na legislação, o executivo afirmou que o interesse da companhia é ter o direito de preferência. "Não achamos que seja razoável que a empresa se veja obrigada a participar de explorações que não seja adequado para seus interesses", ressaltou.
[SAIBAMAIS]Parente indicou ainda que não conversou sobre eventuais projetos de venda de ativos no pré-sal, mas reforçou que não vai se basear em "dogmas" na avaliação de oportunidades de desinvestimentos.
"A busca da função social da empresa não pode se dar com prejuízo da responsabilidade financeira e econômica. Isso estaria prejudicando sua possibilidade de sobrevivência, e ameaçaria seu futuro. A função social não pode ser a custa de projetos que não tenham retorno", reforçou.
Desafio
O presidente da Petrobras concluiu a entrevista coletiva após a cerimônia de posse no cargo, falando do desafio pessoal de assumir a direção da petroleira. "Junto com o apagão de 2001, a Petrobras é o meu maior desafio", afirmou.
Ele se disse "impactado" pelo convite de presidir a companhia e criticou suas gestões anteriores. "O que aconteceu com a Petrobras foi um absurdo. É inominável o que foi feito com a empresa", comentou.
Na entrevista, Parente disse ainda que vai negociar com a empresa fornecedora de plataformas Sete Brasil o número de embarcações que vai contratar seguindo os interesses da companhia para acelerar a exploração e a produção do pré-sal, prioridade em sua gestão, ao lado do equacionamento da dívida. Ele disse também que as discussões em torno da cessão onerosa continuam em andamento.