Em nota divulgada nesta terça-feira (31/5) a Transparência Internacional, ONG dedicada ao combate à corrupção em todo o mundo, afirmou que a escolha de um novo nome para o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle do governo Michel Temer, após a queda de Fabiano Silveira - flagrado em reunião secreta com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) criticando a Lava Jato -, é "apenas o começo" para o País enfrentar malfeitos.
[SAIBAMAIS]"O Ministério precisa de um novo ministro com as qualificações morais apropriadas e a atitude para combater a corrupção", disse o presidente da ONG José Ugaz. Segundo a entidade, a escolha de um novo nome para a pasta é uma sinalização importante do País, que deve se manter firme nas promessas de combater a corrupção.
Com a saída de Silveira, o ex-ministro da CGU Carlos Higino assumiu interinamente a pasta, que absorveu as funções da extinta CGU com a reforma realizada por Michel Temer ao assumir interinamente o governo com o afastamento temporário de Dilma Rousseff por conta da abertura do processo de impeachment.
"Muitos escândalos envolveram tanto políticos quanto empresários e a população está brava e desapontada. Enquanto o País tenta se recuperar de uma devastadora crise econômica, a corrupção apenas aumenta o fardo para os pobres", segue Ugaz.
Diante da repercussão causada pelos diálogos em que Silveira aparecia conversando com Renan sobre a Lava-Jato, que levou servidores do ministério fazerem um "faxinaço" em protesto, a ONG divulgou ontem nota pedindo a saída do então titular da pasta e afirmando que cortou relações com o Ministério enquanto não fosse escolhido um nome apropriado para a pasta.
Ao final do texto, a Transparência Internacional lembra dos protestos que ocorreram nos últimos dois anos em todo o País contra a corrupção e em apoio a operação Lava Jato e diz que está na hora de uma "mudança radical" no Brasil.