Jornal Correio Braziliense

Politica

Serra pretende se aproximar de EUA e Canadá para pressionar Europa

Serra está em Paris desde o sábado (28/5), segundo ele preparando-se para participar da reunião ministerial da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)



O ministro lembrou que o bloco europeu distribui todos os anos o equivalente a 100 bilhões de euros a seus agricultores na forma de subsídios. Esse será um dos temas do encontro com Cecilia Malmstr;m às margens da reunião ministerial da OCDE. "Vamos, se Deus quiser, fazer um bom avanço", disse ele, descartando mais uma vez fazer "concessões unilaterais". "Eles não fazem, porque a gente vai fazer?", questionou.

Serra mencionou então a perspectiva de mais aproximação com Canadá e Estados Unidos como forma de pressão sobre a UE. "Vamos insistir nas possibilidades de expansão do comércio com os Estados Unidos e Canadá, até como fator para estimular mais a União Europeia a se apressar. Do contrário, muita coisa poderá ser feita com Estados Unidos e Canadá", argumentou. "Um bom player no comércio unilateral tem de sempre diversificar. Eu não posso ficar dependente de uma ou duas regiões do jeito como o mundo é hoje."

Argentina

Sobre as reservas demonstradas pela ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, que na sexta-feira, 27, se disse prudente quanto à suposta proposta brasileira de "flexibilizar" o Mercosul, abrindo a possibilidade para que membros do bloco possam negociar acordos de livre comércio fora do organismo, Serra disse que não ouviu nada sobre o assunto. "Não ouvi nada a esse respeito. Não é verdade. A nós não chegou", alegou.

Diante da argumentação de que as restrições da Argentina haviam sido abordadas pela imprensa no Brasil, o ministro respondeu: "Eu insisto que a nós não chegou isso. Vou me encontrar com a ministra argentina. É a primeira vez que ouço isso".

Conjuntura
Na reunião ministerial da OCDE, Serra pretende apresentar um conjunto de perspectivas sobre a economia brasileira nos próximos 12 meses. E, segundo o chanceler, os dados desse relatório, "conjuntural", são positivos.

"Vou fazer um balanço da economia brasileira, super conjuntural, com coisas que eu mesmo fiz, ou pegando os jornais do fim de semana, a respeito das perspectivas para os próximos 12 meses para a economia brasileira - que são boas, relativamente", disse o chanceler.