Jornal Correio Braziliense

Politica

Dilma Rousseff atribui poder do governo de Michel Temer a Cunha

"Cunha não só manda: ele é o governo Temer" , disse a presidente afastada



[SAIBAMAIS]A petista também comentou as conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com integrantes da cúpula do PMDB, como os senadores Romero Jucá (RR), ex-ministro de Temer, e Renan Calheiros (AL), além do ex-presidente e ex-senador José Sarney (AP). "As razões do impeachment estão cada vez mais claras", disse. Para Dilma, seu afastamento se deveria a uma tentativa de obstrução da Operação Lava-Jato. "As conversas provam o que sistematicamente falamos: jamais interferimos na Lava-Jato. E aqueles que quiseram o impeachment tinham esse objetivo."

Sobre a hipótese de ser citada na delação premiada de Marcelo Odebrecht, e acusada de pedir a ele dinheiro para o pagamento do marqueteiro João Santana (campanha de 2014), a presidente afastada foi enfática: "Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso".

Além disso, a presidente afastada afirmou que o impeachment foi uma forma de se implementar uma "política ultraliberal em economia e conservadora em todo o resto. Com cortes drásticos de programas sociais".

Dilma não admitiu, no entanto, ter ela própria dado uma guinada entre o discurso da campanha à reeleição, com manutenção da política econômica anticíclica, e as medidas adotadas a partir de 2015, com ajuste fiscal e corte de benefícios.