O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi alvo de mais uma citação de um provável delator no âmbito das investigações da operação Lava-Jato. Após ser citado pelo ex-deputado Pedro Corrêa, que, segundo a revista Veja, prestou depoimento com o objetivo de negociar uma delação premiada, Renan nega que já tenha se encontrado com Corrêa.
O presidente do Senado divulgou mais uma nota prestando esclarecimentos. "O Senador Renan Calheiros assegura que não se reuniu com Pedro Correa e nunca o faria por se tratar de pessoa que não é de suas relações, nem políticas ou pessoais", disse Renan em resposta ao depoimento de Corrêa. Segundo o ex-deputado, ele teria se reunido com peemedebistas para tratar de partilha de propina no esquema de corrupção da Petrobras.
A reportagem da Veja cita uma reunião, no período de campanha eleitoral de 2006, que teria contado com a participação de Paulo Roberto Costa e do diretor da área de Internacional, Nestor Cerveró, além dos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho, do então deputado Henrique Eduardo Alves, hoje ministro do Turismo. Em nota, Renan esclarece que todas as doações às suas campanhas foram legais e aprovadas pela Justiça. O senador lembra ainda que não foi candidato em 2006.
"Chega de delação de bandidos citando relações inexistentes ou fictícias para sair da cadeia e expor terceiros. A delação que não for confirmada deve agravar a pena dos autores e não livrá-los da cadeia", escreve Renan.
Nessa semana, o jornal Folha de S. Paulo revelou diálogos entre Renan e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em que o senador defendia mudanças na lei de delações. Ontem, a TV Globo divulgou novo áudio em que o presidente do Senado chamava o procurador-geral da República de "mau caráter" e, supostamente, defendia que o ex-senador Delcídio Amaral não fosse cassado.