Renan também é alvo de investigação no STF, apontado como beneficiário de propinas da Petrobras por outros delatores. "Cerveró disse então ao depoente que os valores para campana, solicitados pelos referidos políticos, deveria sair da sonda Petrobras 10 mil. Ficou estabelecido que seria repassado US$ 4 milhões para aqueles políticos", registra o termo de delação de Fernando Baiano.
Pasadena
Fernando Baiano e outros delatores revelaram que Demarco teria recebido pelo menos US$ 200 mil em propinas por Pasadena.
[SAIBAMAIS]Agosthilde Mônaco, outro colaborador da Lava Jato, afirmou que o valor destinado a ao executivo da Internacional teria sido retirado do montante de US$ 1,8 milhão recebidos por ele ;a título de propina referente à aquisição da Refinaria Pasadena, e entregues em espécie a Demarco;. Epifânio também foi citado por Eduardo Musa, ex-gerente de Internacional da Petrobras.
"Pelo teor dos depoimentos prestados pelos colaboradores Fernando Soares, Eduardo Musa e Agosthilde Mônaco, Demarco Epifânio teria participado do grupo que recebia vantagem indevida decorrente dos contratos de fornecimento dos navios-sonda e possivelmente da aquisição da Refinaria de Pasadena", destacou o juiz federal Sérgio Moro no despacho que autorizou realização de buscas na residência do executivo, nesta terça.
Corrupção disseminada
Deflagrada no mesmo dia em que o governo interino Michel Temer perde seu primeiro ministro em decorrência dos efeitos da Lava Jato, a 30; fase recebeu o nome de Operação Vício em referência à prática "alastrada" de corrupção em contratos públicos e à necessidade de "desintoxicação do modo corrupto de contratar" descoberta na Petrobras.
O procurador da República Roberson Pozzobon, da força-tarefa da Lava Jato, afirmou que a 30; fase revela como foi alastrada a corrupção na Petrobras, descoberta inicialmente nas obras de construção de refinarias e petroquímicas. Além do foco na Diretoria Internacional, o principal frente é a de propinas em contratos de empresas fornecedoras de tubulações para a estatal. Pelo menos R$ 40 milhões investigados em um esquema de corrupção que pode ter beneficiado o ex-ministro José Dirceu - condenado a 23 anos de prisão na semana passada.
Para os investigadores, a Operação Vício atinge ao mesmo tempo os esquemas dos dois partidos de mando na corrupção sistêmica descoberta na Petrobras, PT e PMDB.