Eduardo Militão
postado em 23/05/2016 11:42
A direção da Polícia Federal no Paraná disse nesta segunda-feira (23/5) que recebeu com surpresa a informação de conversas gravadas em que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, diz que, após o afastamento da presidente afastada Dilma Rousseff, é preciso fazer um "pacto" para frear a Operação Lava-Jato.O superintendente da corporação no estado, Rosalvo Ferreira Franco, disse não ter aviso de interferência no caso. "Pelo contrário, estou retornando hoje de férias, recebendo liberação de recursos financeiros para continuidade a Lava-Jato", disse ele em entrevista coletiva em Curitiba, em que esclareciam o andamento da 29; fase do caso, apelidada de "Repescagem", que prendeu hoje João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP e ex-assessor do falecido deputado José Janene (PP-PR). "Estamos tendo total apoio do MJ como da direção da Polícia Federal. Não há qualquer indicio de que a Lava-Jato possa sofrer solução (sic) de continuidade."
O delegado regional de Combate ao Crime Organizado no Paraná, Igor Romário de Paul, pediu cautela, mas não acredita que haverá interferência. "Temos que aguardar para ver se é necessária alguma medida aqui ou no foro adequada, se for no caso de pessoas;, iniciou ele. "De todo o que a gente viu até agora, está mais do que claro que a Lava Jato não foi e não será barrada por qualquer pessoa no país, desde que comprovada o envolvimento em crimes."
Igor Romário disse que houve um temor da eventual mudança do diretor geral da PF, Leandro Daiello, com a chegada do ministro da Justiça do governo Michel Temer (PMDB), Alexandre Moraes. "As perspectivas são até melhores que as anteriores. O novo ministro da Justiça manteve toda estrutura, todo o apoio", disse Igor. "Uma situação ainda não estável, mas um pouco mais estável que a anterior. O ministro optou por manter o doutor Leandro. Era uma situação de incerteza. Agora, as coisa começam a ficar um pouco mais claras."