Ao ser questionada sobre investimentos do governo a mais alinhados com a esquerda, Dilma disse que essa informação circula talvez por manipulação da grande imprensa. "As linhas de fomento e incentivo às artes, cinema, teatro, dança, são feitas sem nenhuma orientação ideológica ou política, baseada em critérios artísticos e culturais", afirmou.
Dilma também foi indagada sobre possíveis mudanças na política voltada para os pontos de cultura e atenção a cultura no interior do Brasil. A presidente afastada disse que os pontos de cultura "certamente sofrerão algum tipo de ataque ou de redução da sua importância na política cultural do governo". "Não acredito que um governo conservador, regressivo e ilegítimo, como esse que está tentando se consolidar, tenha a grandeza para compreender a importância desse conjunto de iniciativas culturais da própria população", criticou.
Por fim, Dilma respondeu sobre o tamanho do MinC no governo e disse que a sua continuidade não comprometeria "de jeito nenhum" o orçamento da União. "O orçamento do Ministério da Cultura é irrisório em termos absolutos e se a gente compara com o Orçamento Geral da União, menos de 1%", afirmou.
Dilma disse ainda que um País das dimensões do Brasil "não pode ter sua economia dependendo da exportação de commodities agrícolas e minerais". "É preciso desenvolver economias de grande valor agregado, como é o caso das economias culturais, criativas ou simbólicas", disse. "Com o apoio do Estado brasileiro, através do governo federal, estamos transformando a economia do cinema e do audiovisual em superavitária. O golpe em marcha ameaça o próximo passo desse processo, que é transformar a economia da música do Brasil no próximo setor a se tornar superavitário. Portanto, essa propalada economia com o corte do Ministério da Cultura é pura demagogia", disse.