Trabalhadoras e trabalhadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) contrários à extinção do Ministério da Cultura pelo presidente interino, Michel Temer, fizeram um ato nesta manhã em frente à sede do órgão, em Brasília. O grupo promoveu um "abraçaço" no edifício e estendeu faixas em protesto ao processo de impeachment.
Em manifesto, os trabalhadores do órgão posicionam-se contra o "golpe", a extinção do MinC e em defesa das conquistas obtidas nas políticas culturais. O texto afirma que a criação do Ministério da Cultura e seu fortalecimento possibilitou avanços na área do patrimônio cultural, que agora podem ser alvo de retrocessos.
"Uma vez que o dito governo Temer, oriundo de golpe e não submetido ao crivo das urnas, não expôs ao julgamento social seu programa de gestão, nos parece óbvio que romperá com o modelo plural de defesa do patrimônio em prol do aprofundamento de pautas e práticas retrógadas", diz o documento.
O ato dos servidores do Iphan faz parte de uma série de manifestações que ocorrem pelo país desde que Temer decidiu extinguir o MinC e passar suas competências ao Ministério da Educação.
Em Brasília, nesta quarta, além do protesto em frente ao instituto, estudantes e artistas ocupam a Fundação Nacional das Artes (Funarte). Pelo país, há ocupações em diversos estados em suas respectivas representações da Funarte, Iphan e MinC.
Artistas do filme pernambucano "Aquarius" também fizeram um protesto ontem, no Festival de Cannes, em que levaram cartazes para dizer que o Brasil passa por um golpe de estado.