Preocupado com a tensão política na Câmara e o comprometimento da votação de matérias importantes para o início de governo do PMDB, o novo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, pretende procurar os líderes partidários para negociar uma trégua de 15 dias na pressão pela renúncia do presidente interino da Câmara. Em conversas com líderes da nova base aliada do governo, o presidente da República em exercício pediu uma solução rápida para a situação de Maranhão e manifestou o desejo de que a normalidade na Câmara seja restabelecida.
Pressão
O DEM demonstra pouca disposição em aceitar Maranhão no cargo. A insatisfação cresceu após o segundo-vice-presidente da Câmara, Fernando Giacobo (PR-PR), não aparecer na quinta-feira para despachar ao Conselho de Ética o pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.
Maranhão é acusado de abusar das prerrogativas de membro do Congresso Nacional ao assinar a anulação da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Giacobo não deu sinais de que pretende assinar a representação, que vinha sendo usada como forma de pressão sobre Maranhão.
Em retaliação, o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM) avisou que já tem preparada a questão de ordem que será apresentada em plenário na próxima terça-feira, 17, e a consulta à Comissão de Constituição e Justiça para declarar a presidência da Câmara vaga. Com o impasse, Maranhão ganha sobrevida até a próxima semana.