O novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, disse hoje (12) que vai procurar harmonizar seu trabalho à frente da pasta com áreas que costumam ter conflitos com o setor agrícola, como o meio ambiente e políticas com o pequeno agricultor. Leia mais notícias em Política
Em seu primeiro pronunciamento após ser empossado na equipe do presidente interino Michel Temer, o senador, que mudou de partido para assumir o cargo, afirmou que, na sua avaliação, o Ministério do Desenvolvimento Agrário poderia estar sob o guarda-chuva do Mapa.
;Quando tomamos café da manhã ou almoçamos, ninguém pergunta e nem está escrito se o feijão é da agricultura familiar ou se é do agronegócio, de onde ele veio. Queremos alimento barato e de boa qualidade. Portanto, produtor grande e médio é tudo a mesma coisa. Porém, com um olhar diferente do Estado;, acrescentou Maggi à Agência Brasil.
Ao ser questionado sobre sua relação com o deputado Osmar Terra, que assumiu o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Blairo Maggi informou que já conversou com ele e que pretende trabalhar em sintonia.
Em entrevista a jornalistas, o novo ministro disse que também já conversou e tem novo encontro marcado com o novo titular do Meio Ambiente, José Sarney Filho, para construir uma agenda em comum. Segundo ele, Sarney Filho também acredita na impossibilidade de revogação do Código Florestal.
;Não tem essa questão de revogar Código Florestal. Precisamos entender que não podemos criar mais confusões, coisas novas. Temos de partir de onde estamos. O Código Florestal foi um processo debatido por muitos anos, não dá pra voltar atrás. É daqui pra frente. Ele concordou com isso;, adiantou.
Sobre a redução da safra brasileira este ano, o ministro, conhecido por ser um dos maiores produtores de soja do país, destacou que é preciso se antecipar às condições climáticas. Segundo ele, faz parte da vida perder produtividade devido a problemas como falta de chuva no Centro-Oeste ou excesso no Sul.
;Mas perder produção porque não teve condições ou o Estado não deu condições necessárias, não podemos. O Nordeste está com uma quebra de safra em torno de 35% a 40%. Precisamos nos antecipar a esses fatos, de modo que a agricultura e o agricultor não enfrentem problemas mais sérios e não venha diminuir a área, o que seria a consequência mais dura para o ano que vem;, concluiu.
Maggi era filiado ao PR desde 2007. Em uma negociação com Temer para que pudesse assumir o cargo na cota do PP, ingressou ontem no partido.