Dilma classificou o processo que levou ao seu afastamento de "frágil, inconsistente" e ressaltou que é uma pessoa honesta e inocente. "Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente. Injustiça cometida é um mal irreparável. Essa farsa jurídica deve-se ao fato de que nunca aceitei chantagem de qualquer natureza", destacou.
[SAIBAMAIS]Ao lado de mais de 20 ministros, que chegaram antes dela ao local da cerimônia e a aplaudiram em diversos momentos, Dilma afirmou que, desde que foi eleita, parte da oposição inconformada pediu recontagem dos votos e tentou anular as eleições e passou a conspirar para um processo de impeachment. "Impedindo a recuperação da economia com o objetivo de tomar à força o que não conquistaram nas urnas", disse.
Segundo a presidente, o seu governo tem sido alvo de intensa e incessante sabotagem. "Quando uma presidente é caçada sob a acusação de um crime que não cometeu, o nome que se dá a isso é golpe", disse, antes de reafirmar que não cometeu crimes de responsabilidade e que os decretos citados no processo de impeachment também aconteceram em outros governos.
Lula
Depois do pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff desceu, pela passagem interna do prédio, e encontrou-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em frente ao Palácio do Planalto. Os dois se abraçaram, mas não disseram nada. "Não tenho o que dizer neste momento", falou Lula, ao ser questionado pela imprensa. "É um momento muito triste", disse Jaques Wagner. Vários servidores acompanharam a caminhada, chorando. Dilma faz fora do Planalto um discurso aos manifestantes que a esperavam.