O primeiro discurso de Michel Temer como presidente em exercício da República vai ser uma convocação para que todos ; políticos, empresários e sociedade ; se unam neste momento de transição para o êxito de ;um governo de salvação nacional;. Embora ciente de que tem pouco tempo para apresentar propostas concretas ao país, sob pena de se acabar a lua de mel com os brasileiros, Temer não apresentará hoje nenhuma ação imediata. ;Não mostraremos um pacote. Daremos as diretrizes políticas e econômicas do nosso governo;, disse um aliado direto do vice-presidente. Até o fechamento desta edição, às 2h, a votação da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff não havia terminado no Senado, mas, pelos discursos proferidos, ficava claro que o afastamento seria aprovado.
Temer estava ontem, no Palácio do Jaburu, rascunhando o discurso que pronunciará no meio da tarde hoje, assim que assumir definitivamente o governo. Ele pediu a um conjunto de deputados aliados que estejam ao lado dele durante o primeiro pronunciamento ao país. A intenção do peemedebista é deixar claro que todos têm um papel fundamental neste momento de dificuldade.
O peemedebista dirá que o próprio Executivo Federal está ciente da gravidade do momento e que decidiu, por isso, reduzir o tamanho da máquina administrativa, com o corte de ministérios e de cargos comissionados e de confiança. Para Temer, esses gestos, além de possíveis revisões de gastos supérfluos, poderão contribuir com a redução do deficit fiscal e permitir que, ainda este ano, as taxas de juros comecem a ser reduzidas, abrindo espaço para a retomada do crescimento no início de 2017.
Temer também reservará espaço no discurso para dois pontos que têm sido alvo de profundas críticas. O vice-presidente vai reiterar o que já dissera no áudio vazado antes da votação do impeachment na Câmara, em 17 de abril: não vai acabar com os programas sociais. O cuidado do peemedebista é tanto que ele acabou ficando atado em relação ao reajuste do Bolsa Família, anunciado pela presidente Dilma Rousseff no 1; de maio ; ela ficará 180 dias afastada, prazo máximo para o julgamento final do processo de impeachment pelo Senado. Em um primeiro momento, Temer pensou em vetar o reajuste. Recuou, para não tomar uma medida impopular logo de saída.
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