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Tribunal abre ação contra filha de Roriz por lavagem de dinheiro

Roriz teria adquirido os bens quando governou o Distrito Federal A parlamentar e outras oito pessoas já foram condenadas, em primeira instância, por atos de improbidade administrativa referentes aos mesmos fatos


Por unanimidade, o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) recebeu, nesta terça-feira (10/5) uma denúncia contra a deputada distrital e filha do ex-governador do DF Joaquim Roriz, Liliane Maria Roriz (PTB). Ela é acusada de lavagem de dinheiro ao receber dois apartamentos supostamente de origem ilícita de seu pai.

Roriz teria adquirido os bens quando governou o Distrito Federal A parlamentar e outras oito pessoas já foram condenadas, em primeira instância, por atos de improbidade administrativa referentes aos mesmos fatos. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (11/5) pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Joaquim Roriz, que comandou o DF quatro vezes e também ocupou cadeira no Senado, foi um dos pivôs do ;Mensalão do DEM;, escândalo que envolveu também o ex-governador José Roberto Arruda - sucessor de Roriz no governo do Distrito Federal em 2006. O esquema consistia no desvio de recursos públicos para pagamento de propinas a políticos em troca de apoio ao então governador. Os recursos vinham majoritariamente por meio de contratos de informática superfaturados do Governo do DF e foi revelado em 2009 pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.



Os demais envolvidos no esquema também foram denunciados pelo Ministério Público do DF e a ação penal tramita na 2; Vara Criminal de Brasília.

Por causa do foro privilegiado da parlamentar, o processo contra ela foi desmembrado para o Tribunal de Justiça.

Em nota, "a vice-presidente da Câmara Legislativa, deputada distrital Liliane Roriz, esclarece que em relação à denúncia acatada pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), apresentará sua defesa à Justiça em momento oportuno e provará sua inocência. Liliane ressalta que trata-se de admissibilidade da denúncia e não condenação, uma vez que não houve análise de mérito, como reconheceu o relator: ";talvez as provas não sejam suficientes para uma condenação, mas para recebimento da denúncia são suficientes os indícios;"

A deputada aproveita para esclarecer que em relação à representação do Adote um Distrital protocolada na Câmara Legislativa na manhã de hoje, os argumentos alegados pela ONG são os mesmos de representação protocolada anteriormente na Casa, já arquivada."