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Gim vira réu na Lava-Jato e Moro rejeita acusação contra Odebrecht

Ex-senador foi denunciado por quatro crime sob suspeita de blindar empreiteiros em CPI em troca de dinheiro. Advogado diz que isso não é verdade e que ele jamais poderia ter agido sozinho numa comissão

O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) se tornou réu na Operação Lava-Jato nesta terça-feira (10/5). O juiz da 13; Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro, recebeu denúncia contra ele e mais oito acusados. No entanto, o magistrado rejeitou a acusação do Ministério Público contra o presidente afastado do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e Cláudio Melo Filho.

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Na sexta, a Procuradoria denunciou Gim por corrupção passiva, concussão e lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. O ex-senador está preso em Pinhais (PR); ele foi detidos nas 28; fases da Lava-Jato, apeliada de ;Vitória de Pirro;.

Segundo as investigações, Gim pediu dinheiro a empreiteiros para que eles não fossem convocados a depor nas duas CPIs da Petrobras que aconteciam no Congresso em 2014. Numa delas, o ex-senador era o vice-presidente. Foram mais de 15 requerimentos de convocação de executivos não votados pelas comissões de inquérito.

Como mostrou o Correio em abril, a denúncia narra que Gim pediu R$ 5 milhões de sete empreiteiras: UTC, OAS, Odebrecht, Toyo Setal, Engevix, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez ; total de R$ 35 milhões. No entanto, só as primeiras quatro fizeram os pagamentos, no valor total de R$ 7,7 milhões e mais 200 mil euros em espécie. No caso da Camargo, o dinheiro foi ;exigido;, razão pela qual o ex-senador foi acusado de concussão, e não corrupção. A Engevix e a Andrade não prometeram pagar o suborno, segundo o Ministério Público, que pede R$ 70 milhões em ressarcimento na ação.

Parte dos valores obtidos por Gim ; R$ 350 mil doados pela OAS ; foram entregues a uma paróquia em Taguatinga que ele frequenta. O procurador Athayde Ribeiro Costa diz que a força-tarefa ainda se apura se o padre Moacir Anastácio teve ou não participação nos crimes. Hoje, o juiz Sérgio Moro autorizou a continuidade das investigações em relação ao pároco.

Sem sentido
O advogado de Gim, Marcelo Bessa, afirmou, em recurso ao Tribunal Regional Federal da 4; Região, que o ex-senador não teve participação em quaisquer crimes. E afirmou que a tese do Ministério Público não tem sentido porque, sozinho, Gim não poderia proteger os empreiteiros da ação dos demais parlamentares das duas CPIs da Petrobras que aconteciam em 2014.

A defesa de Roxo tem dito que o publicitário não tem responsabilidade se eventualmente Gim captou dinheiro ilícito para a campanha eleitoral do PR em 2014. A defesa de Neves também. Os demais citados não foram localizados.

Os réus
1. Jorge Afonso Argello, ex-senador
2. Jorge Afonso Argello Júnior, filho do ex-senador
3. Paulo César Roxo Ramos, publicitário apontado como operador de Gim
4. Valério Neves Campos, contador ligado à família Roriz, apontado como operador de Gim
5. Ricardo Ribeiro Pessoa, dono da UTC Engenharia
6. Walmir Pinheiro Santana, diretor financeiro da UTC Engenharia
7. José Adelmário Pinheiro Filho, presidente afastado da OAS
8. Dilson de Cerqueira Paiva Filho, funcionário da OAS
9. Roberto Zardi Ferreira, funcionário da OAS