[SAIBAMAIS]O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, chamou de brincadeira o pedido do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, nesta segunda-feira (9/5), de tentar barrar o processo de impeachment de Dilma Rousseff. "Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com o atraso do processo", disse o senador. Dessa forma, Renan mandou arquivar o ofício que recebeu da Câmara. "Nenhuma decisão monocrática pode se sobrepor a do colegiado", afirmou.
No começo do discurso no Senado, Renan lembrou que a lei de 1950 é um fator de desestabilização política e que todos os presidentes eleitos "sofreram esse tipo de assédio, oferecido na Câmara dos Deputados. Todos, sem exceção". "Independentemente do desfecho do processo atual, caberá um revisão urgente das leis, que coloca esse instituto na raiz de todos os retrocessos, que, aliás, não foram poucos", disse.
Após o discurso, houve muita confusão no plenário do Senado. "Isso foi um erro de avaliação. A democracia não se faz aos gritos", berrava Renan ao microfone. O presidente abriu, então, a palavra aos senadores.
Câmara
Mais cedo, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), anulou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele atendeu a um recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) que reclamava que o pedido de afastamento da petista extrapolou os termos da denúncia, analisando elementos da Lava-Jato e não apenas as pedaladas fiscais. Contrariando a maioria do partido, Maranhão votou contra o impeachment de Dilma Rousseff.