O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), confirmou nesta quarta-feira (04/05) que desistiu de indicar o cirurgião paulista Raul Cutait para o cargo de ministro da Saúde em um eventual governo Michel Temer. O dirigente garantiu que, mesmo sem o nome de Cutait, a indicação para o comando da Pasta continuará sendo do partido.
Como adiantou na noite dessa terça-feira o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Ciro desistiu de indicar Cutait, após pressão da bancada do PP na câmara. Deputados temiam não conseguir indicar seus aliados para os segundo, terceiro e quarto escalões do Ministério da Saúde, se Cutait se tornasse ministro. O médico tinha exigido que todas as nomeações para esses cargos passassem por ele.
"O Raul foi convidado por mim, é um grande amigo, vai continuar meu amigo. só que fez a exigência de ter total controle do ministério nas indicações, não ter nenhuma indicação do partido", afirmou o presidente do PP nesta quarta-feira ao Broadcast Político. "E hoje não tem como você construir nenhuma indicação partidária sem o partido participar das indicações", emendou.
Ciro Nogueira disse que já comunicou sua decisão ao cirurgião paulista. "Já agradeci e tudo, mas não vai ser ele o ministro", disse. O presidente do PP descartou que Temer venha a indicar Cutait como sua cota pessoal, mesmo sem o aval do PP. "Isso é impossível de acontecer. Eu te garanto que a indicação vai ser do Partido Progressista, e não vai ser o Cutait", afirmou.
A bancada do PP na Câmara tenta emplacar um deputado no cargo. O nome mais falado entre os parlamentares é o do deputado Ricardo Barros (PP-PR), que é advogado e foi relator do Orçamento da União de 2016. A bancada chegou a ameaçar não dar votos para Temer na Casa, caso não pudesse indicar aliados para outros cargos no ministério da Saúde.
Ciro comunicou sua decisão a Temer em reunião ontem a noite, na Vice-Presidência. Em rápida entrevista na saída, o presidente do PP informou apenas que ainda não definiu quem o partido indicará para a Saúde e confirmou que a sigla deverá indicar representantes também para o comando da Agricultura e Caixa Econômica Federal.