O ex-tesoureiro do PT condenado no mensalão, Delúbio Soares, pediu acesso ao inquérito que investiga as suspeitas de que o ex-senador Gim Argello (PTB) teria extorquido empreiteiros da OAS e da UTC, que teriam pago R$ 5,35 milhões para que as CPIs da Petrobras no Congresso, em 2014, não convocassem empresários para depor. O petista não figura como alvo da investigação, mas ainda assim sua defesa pediu acesso ao inquérito.
Na época das CPIs, Delúbio ainda cumpria parte de sua pena de seis anos e oito meses de prisão no mensalão. O petista só entrou na mira da Lava Jato na 27; fase da operação, a Carbono 14, deflagrada no dia 1; de abril, para investigar o repasse de R$ 6 milhões de José Carlos Bumlai para o empresário de Santo André Ronan Maria Pinto.
O valor repassado por Bumlai, segundo a investigação, faz parte do empréstimo de R$ 12 milhões tomado pelo pecuarista em nome do PT no Banco Schahin em outubro de 2004. Na etapa Carbono 14, Delúbio, que participou das tratativas do empréstimo, foi conduzido coercitivamente para depor.
No começo de 2016, o Supremo Tribunal Federal concedeu indulto e perdoou a pena de Delúbio no mensalão.
O indulto é um benefício concedido tradicionalmente a todos os presos do País desde que eles se enquadrem em pré-requisitos específicos. Os condenados devem ter sido submetidos a penas inferiores a oito anos, não podem ser reincidentes e devem, na data da publicação do decreto, ter cumprido um terço da punição
Na semana passada, o juiz Sérgio Moro deu até o próximo dia 11 para a Polícia Federal concluir o inquérito contra Argello e Paulo César Roxo Ramos, apontado como operador financeiro do ex-senador. Preso desde o mês passado, o ex-senador tem manifestado sua intenção de colaborar com as investigações, o que vem sendo negado por sua defesa. Ele ficou em silêncio em seu depoimento para a PF depois que foi detido na Lava Jato.