Escaldado com as acusações do PT e dos movimentos sociais de ser um golpista e de que terá de alterar a legislação trabalhista, impor medidas duras de ajuste e desagradar o funcionalismo público federal, o vice-presidente Michel Temer já avisou que não participará, hoje, das comemorações do 1; de maio promovidas pela Força Sindical, em São Paulo. ;Ele avisou que não aparecerá em eventos públicos enquanto o Senado não concluir a votação do impeachment. Mas também prometeu que não mexerá nos direitos e garantias dos trabalhadores;, declarou o presidente do Solidariedade e da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP).
A promessa de Temer aos sindicalistas, durante reunião na última terça-feira, no Palácio do Jaburu, é uma das várias incógnitas quanto à atuação do vice-presidente ao assumir o mandato. O Senado deverá votar no dia 11 de maio o afastamento da presidente. Se isso acontecer, Temer assumirá um país que, em março, apresentou um déficit primário de R$ 10,64 bilhões, tem uma taxa de desemprego de 10,9% no primeiro trimestre e uma previsão de retração, segundo os cálculos mais otimistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), de 3,8% ao fim de 2016.
Pior.Sai um governo impopular e entrará uma gestão que também é vista com desconfiança pelos brasileiros. Em tese, Temer não poderá cortar programas sociais, tirar direitos trabalhistas, aumentar impostos, mexer com o funcionalismo, mas terá, por outro lado, que aumentar os investimentos para a economia voltar a decolar. ;Por não ser tão popular e não pretender disputar a reeleição, Temer poderá tomar decisões amargas, mas necessárias para o reequilíbrio das contas públicas;, diz o professor de finanças do Ibmec-DF e sócio da Valorum Consultoria Empresarial, Marcos Sarmento Melo.
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