A presidente repetiu ainda que o "golpe" em curso é uma "tentativa de eleição indireta" feita por quem não tem voto. Em uma referência indireta ao vice Michel Temer, a presidente afirmou que "se eles querem chegar ao poder, e não tem crime, só tem um caminho: disputem eleições e digam para o povo o que querem".
Em outra referência indireta a Temer, a presidente disse que "querem sentar na minha cadeira sem voto". Ela afirmou que um governo que não foi eleito diretamente pelo povo não teria responsabilidade com as demandas da população. "Claro que isso é muito confortável. Você não tem que prestar contas com o povo brasileiro, não tem que dizer o que vão fazer", disse.
Foi neste momento que a presidente fez referência às diretrizes apresentadas pelo PMDB. Ela afirmou que "revisitar programas sociais é diminuir a quantidade de dinheiro que o governo federal coloca nos programas". "É aumentar muito o valor da prestação ou diminuir o número de unidades. Isso é revisitar. Querem desvincular os valores para Saúde e Educação", disse ela para uma plateia formada por beneficiários do programa Minha Casa Minha Vida.
Na cerimônia que marcou a entrega de 5.293 unidades em cinco cidades, a presidente citou o nome de cada um dos 24 deputados eleitos pela Bahia que votaram contra a admissibilidade do processo de impeachment na Câmara. "Foi o maior número de votos por federação", disse. "O Brasil me deu 54 milhões de votos e tenho certeza que a Bahia foi responsável por boa parte deles".
No discurso que precedeu o da presidente, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), manteve o tom duro contra o processo de impeachment em curso. O petista chamou de "traidores" os deputados baianos que votaram pelo impeachment. Em um recado ao vice-presidente Michel Temer, Costa citou o vice-governador, João Leão (PR), disse que ele "é um amigo de verdade", "tem caráter e não apunhala pelas costas". Segundo ele, o sentimento é de revolta e indignação porque o povo votou na presidente e oi resultado da eleição tem que ser respeitado.