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Em seminário, Lula diz que Brasil 'resistirá ao golpe do impeachment'

Lula agradeceu "aos democratas e progressistas de todos os países que, nesta hora difícil, estão solidários com o povo brasileiro e com a presidenta Dilma Rousseff"



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o Brasil "resistirá ao golpe do impeachment" contra a presidente Dilma Rousseff e "não reconhecerá" um governo que não emane do "voto popular".

Ao participar do seminário da Aliança Progressista, organização que reúne partidos e movimentos de todo o mundo, Lula agradeceu "aos democratas e progressistas de todos os países que, nesta hora difícil, estão solidários com o povo brasileiro e com a presidenta Dilma Rousseff". "O que está em jogo em nosso país é mais do que o mandato legítimo da presidenta Dilma Rousseff. É o voto soberano de 54 milhões de mulheres e homens, que a escolheram livremente para governar o país".

A ruptura democrática em nosso país é uma ameaça não só ao Brasil, mas aos nossos vizinhos: "O que está em jogo é o risco de interromper um processo histórico, que passou pela conquista da democracia e nos levou a avanços extraordinários do ponto de vista social, político e econômico. Um processo histórico que levou à eleição de governos democráticos e populares na ampla maioria dos países da América Latina".

Segundo o ex-presidente, tais conquistas permitiram melhorar a vida das populações desses países: "no Brasil e na América Latina o processo democrático abriu caminho para a conquista da cidadania e da dignidade por milhões de pessoas que viviam em condições desumanas".

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"O que está em jogo nesse momento é a continuidade do processo democrático no Brasil e em toda a região". disse o ex-presidente. Lula afirmou que "no Brasil, a oposição, derrotada nas urnas pela quarta vez consecutiva, optou pela estratégia golpista para voltar ao poder." Os que se opõem ao governo querem implantar "por caminhos autoritários, a agenda neoliberal derrotada nas urnas; a agenda de desconstrução das conquistas sociais e de entrega do patrimônio nacional".

Formou-se "uma aliança oportunista entre a grande imprensa, os partidos de oposição e uma verdadeira quadrilha legislativa, que implantou a agenda do caos". Tal aliança é "comandada pelo presidente da Câmara dos Deputados, réu em dois processos por corrupção, investigado em quatro inquéritos e apanhado em flagrante ao mentir sobre suas contas escondidas no exterior", afirmou Lula.

"Não havia e não há, absolutamente, nem fatos nem sustentação jurídica" para o impeachment da presidenta. "Foi um gesto claro de vingança, ao qual se juntaram, sem nenhum pudor, os chefes da oposição derrotada nas urnas".

Segundo Lula, "a elite brasileira não suporta 28 anos de democracia". "Não suporta a perspectiva de um partido progressista continuar governando o Brasil". Ao falar da imprensa, Lula afirmou não ser possível "aceitar que um canal de TV governe o país, que meia dúzia de jornais e revistas diga quem é bom e quem é ruim". Para o ex-presidente, "a imprensa estrangeira está dando uma lição de moral na imprensa brasileira".

Apesar da crise, o ex-presidente reafirmou sua disposição de resistir ao golpe: "Estou convencido de que esse é um momento de muita luta. Nós só queremos uma coisa: respeitem o voto popular. E se querem ganhar as eleições, esperem por 2018;. Lula terminou com um recado: "Se alguém está cansado de democracia, é bom avisar, porque nós do PT começamos a gostar dela e não vamos parar".