O britânico The Telegraph estampou uma foto de cidadãos brasileiros comemorando o resultado da votação na Câmara no topo da reportagem publicada na madrugada desta segunda-feira. O periódico relatou a longa sessão de votação, "caracterizada por pronunciamentos, bandeiras, confetes e até cantorias." O discurso de Jair Bolsonaro e o entrevero do deputado do PSC-RJ com Jean Wyllys também ganharam destaque na publicação.
O alemão Spiegel na matéria "A revolta dos Bonzinhos" adotou um tom bastante crítico. "O Congresso brasileiro mostra a sua verdadeira face. A maioria dos parlamentares não votou somente pela suspensão da presidenta Dilma Rousseff. Usando métodos mais do que questionáveis, eles conduziram o navio brasileiro para uma rota de direita", escreveu.
Nos Estados Unidos, o The New York Times aponta que o mandato de Dilma tem sido fustigado por um escândalo de corrupção vertiginoso, uma economia contraída e uma desilusão crescente. A publicação deu voz a alguns cientistas políticos. "Alguns analistas dizem que estão preocupados que a mobilização para o impeachment de Dilma Rousseff cause danos à jovem democracia do Brasil, restabelecida em 1985 após duas décadas de ditadura militar", publicou.
"Há a questão de quem e o que virá a seguir", escreveu o NYT, antes de traçar um projeção do futuro da política brasileira. O jornal americano destacou que Michel Temer "terá de lidar com desafios políticos e econômicos", mas também mencionou que o vice pode enfrentar as mesmas acusações que Dilma. "O próximo na linha da presidência após Temer é Eduardo Cunha, o poderoso líder da Câmara dos Deputados.
Cristão evangélico que usa sua conta no Twitter para disseminar versos bíblicos, Cunha é acusado de usar uma conta em um banco na Suíça para esconder R$ 40 milhões em propinas", escreveu.